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G7 endurece posição sobre a China

28/06/2022 12h26

Castelo de Elmau, Alemanha, 28 Jun 2022 (AFP) - Os líderes do G7 acusaram nesta terça-feira (28) a China de práticas comerciais "sem transparência" e que "distorcem a economia gobal", em uma declaração conjunta divulgada ao final de sua cúpula na Alemanha.

Os dirigentes da Alemanha, Reino Unido, Japão, França, Canadá, Estados Unidos, Itália entraram em consenso sobre a ameaça representada pela China após três dias de reuniões.

Os Estados Unidos há muito tempo consideram que as práticas chinesas beneficiam as empresas de Pequim em detrimento das estrangeiras.

Mas a Alemanha, a maior economia da União Europeia e cujo principal parceiro comercial é a China, sempre descartou endurecer o tom contra o gigante asiático por medo de retaliação econômica.

No entanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a recusa da China em se distanciar do presidente russo, Vladimir Putin, aproximaram as posições das sete maiores economias ocidentais.

Em comunicado conjunto, os países afirmam que buscarão "reduzir a dependência estratégica" da China, já que suas políticas "não são orientadas para o mercado" e suas práticas "distorcem a economia global".

"Vamos construir um entendimento compartilhado das práticas não transparentes da China e das intervenções que distorcem o mercado", disseram eles.

Os líderes do G7 também expressaram preocupação com as violações dos direitos humanos na China e instaram Pequim a respeitar as liberdades fundamentais.

Os dirigentes destacaram sobretudo a situação no Tibete e em Xinjiang, onde há "trabalho forçado". A declaração também pede à China que pare a guerra na Ucrânia.

-Aumento de empréstimos de Pequim -"Esperamos que Pequim não contorne as sanções que implementamos contra a Rússia", disse o chanceler alemão Olaf Scholz a jornalistas.

O chefe de governo alemão, no entanto, reconheceu as "ambiguidades" do Ocidente em relação ao gigante asiático, cuja cooperação também é essencial diante da emergência climática e das ameaças à segurança alimentar.

Antes da cúpula do G7, Scholz expressou preocupação com o aumento de empréstimos de Pequim para países pobres, especialmente na África, chamando-os de "sério perigo" para a estabilidade financeira internacional.

Em sua declaração final, os líderes das sete potências pedem que a China e outros estados "que tenham créditos significativos em países de baixa renda" contribuam "construtivamente para os necessários tratamentos da dívida".

O chamado se soma a um programa de investimentos lançado por iniciativa dos Estados Unidos para os países em desenvolvimento que pretende responder a enormes projetos de construção financiados pela China.

Nos últimos anos, a China realizou grandes investimentos em infraestruturas dos países em desenvolvimento no marco de seus programa "Novas rotas da seda" e para garantir o acesso a determinadas matérias-primas.

Mas a China tem sido acusada de realizar seus projetos por meio de empréstimos não rentáveis ou sem transparência, o que agravaria os problemas de dívida de países já vulneráveis.

O G7, em troca, promete "transparência" em seu programa "Parceria para a Infraestrutura Global", prometendo mobilizar US$ 600 bilhões até 2027.

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