Premier Naftali Bennett descarta disputar novas eleições em Israel
Jerusalém, 29 Jun 2022 (AFP) - O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, não será candidato nas próximas eleições, informou seu porta-voz nesta quarta-feira (29), enquanto se prepara a dissolução do Parlamento para a realização de uma nova votação - a quinta em menos de quatro anos.
Bennett anunciou aos deputados do Yamina, seu partido político, "sua intenção de não concorrer às próximas eleições", disse seu porta-voz à imprensa em uma breve mensagem.
A dissolução da Knesset (Parlamento israelense) deveria ocorrer nesta quarta-feira, mas a votação foi adiada para a quinta, informaram à AFP duas fontes parlamentares, confirmando informações publicadas na imprensa israelense.
O adiamento, acrescentaram, se deveu a atrasos em outras votações.
A dissolução porá fim ao breve governo de Bennett, que será substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, até a realização das eleições, no próximo outono.
Bennett e Lapid fizeram história em Israel ao conseguirem, em junho de 2021, formar uma coalizão de oito partidos (direita, esquerda, centro), que incluiu pela primeira vez uma formação árabe, com o objetivo principal de encerrar 12 anos ininterruptos de Benjamin Netanyahu no poder.
Mas um ano depois, a coalizão perdeu a maioria na Câmara e Bennett anunciou na semana passada sua intenção de dissolvê-la para convocar novas eleições.
Desde então, rumores circulam em todos os sentidos. O chefe da oposição, Netanyahu (Likud, direita), tentou atrair deputados da coalizão para formar um "governo alternativo" e retomar o cargo de primeiro-ministro sem passar por eleições.
Um comitê parlamentar finalmente autorizou na madrugada de terça-feira um projeto para dissolver o Parlamento nesta quarta, antes de adiar a decisão em um dia.
- "Lei dos colonos" -Os deputados querem votar uma série de leis antes de dissolver o Parlamento, considerando que a partir de quinta-feira uma disposição que protege os mais de 475.000 colonos israelenses que vivem na Cisjordânia ocupada vai expirar.
No começo de junho, para enfraquecer ainda mais a coalizão do governo, a oposição se negou a votar a prorrogação da lei, apesar de apoiar seu conteúdo.
Essa lei deve ser aprovada no máximo em 30 de junho para evitar que os colonos da Cisjordânia - território palestino ocupado por Israel desde 1967 - percam a proteção legal.
Mas se o Parlamento for dissolvido antes do vencimento deste prazo, a legislação mantém sua vigência automaticamente.
Os atrasos dos debates desta quarta foram atribuídos pela direita a manobras de deputados árabes para evitar que "a lei dos colonos" seja renovada.
- Unidade? -O acordo de coalizão previa uma alternância no poder e uma cláusula segundo a qual Lapid seria primeiro-ministro interino até a formação de um novo governo em caso de dissolução do Parlamento.
"O que precisamos agora é voltar ao conceito de unidade israelense e não deixar que as forças nas sombras nos dividam", declarou Lapid na semana passada.
Este ex-jornalista ocupará ao mesmo tempo o cargo de primeiro-ministro e o de ministro das Relações Exteriores, enquanto mobilizará suas forças para as eleições.
Em meados de julho, receberá em Israel o presidente americano, Joe Biden, em sua primeira visita ao Oriente Médio desde que chegou à Casa Branca.
gl-mib/rm/me/mb/mr/aa/mvv
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.