Pelo menos 6 mortos e 24 feridos em ataque a tiros em desfile do Dia da Independência perto de Chicago
Washington, 4 Jul 2022 (AFP) - Um homem armado com um rifle abriu fogo e deixou pelo menos seis mortos e 24 feridos durante um desfile para celebrar o Dia da Independência dos Estados Unidos em Highland Park, ao norte de Chicago, informaram as autoridades nesta sexta-feira (4).
"Neste momento, duas dezenas de pessoas foram levadas ao hospital de Highland Park. Foram confirmadas as mortes de seis pessoas", declarou à imprensa o comandante Chis O'Neill, da polícia desta cidade de cerca de 30.000 habitantes às margens do lago Michigan.
O suspeito, identificado como Robert E Crimo III, um jovem de 22 anos, escapou e é considerado "perigoso", ainda segundo O'Neill.
A polícia disse que "provas de armas de fogo" foram encontradas em um telhado próximo.
"Tudo indica que (o suspeito) era discreto, ele era muito difícil de ver", disse o porta-voz da Força-Tarefa de Crimes Graves do condado de Lake, Christopher Covelli.
Várias agências policiais, incluindo o FBI, a polícia estatal e a polícia local, colaboram na resposta ao ataque.
"Em um dia em que nos reunimos para celebrar a comunidade e a liberdade, estamos de luto pela trágica perda de vidas e lutando contra o terror", lamentou a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering.
Tanto O'Neill como Rotering informaram que o ataque a tiros começou às 10h14 do horário local (12h14 no horário de Brasília).
- "Pai, algo está errado" -Ao longo da rua do desfile, cadeiras abandonadas e outros pertences podiam ser vistos espalhados após a fuga desesperada dos espectadores.
"Todo mundo pensou que eram fogos de artifício", disse uma participante do desfile, que se identificou como Zoe, à emissora CNN.
"Meu pai pensou que era parte do show, e eu falei: 'Pai, não... algo está errado.' E o agarrei, olhei pra ele novamente e foi um mar de pânico, as pessoas simplesmente caíam".
Enquanto corriam, Zoe disse que, alguns metros atrás, "vi uma menina que foi baleada e morta... eu a vi morrer".
Ela acrescentou que se esconderam atrás de uma lixeira antes que a polícia os levasse para um porão de uma loja com outras pessoas, várias das quais ficaram feridas.
Quando finalmente puderam deixar o lugar de refúgio, a rua do desfile parecia "um campo de batalha", acrescentou Zoe.
- Promessa presidencial -O presidente Joe Biden afirmou que tanto ele quanto a primeira-dama, Jill, estavam "chocados com a violência armada sem sentido que mais uma vez trouxe dor a uma comunidade americana neste Dia da Independência".
"Não vou deixar de lutar contra a epidemia de violência armada", prometeu, lembrando que no fim de junho promulgou a primeira legislação importante em décadas sobre o controle de armas, embora tenha admitido que "resta muito a fazer".
O ataque soma-se à onda de violência armada que assola os Estados Unidos, onde aproximadamente 40.000 pessoas morem anualmente vítimas de armas de fogo, incluindo suicídios, segundo o site Gun Violence Archive.
O debate sobre o controle de armas, um tema que divide os Estados Unidos, ganhou força após dois massacres em maio, nos quais 10 afro-americanos foram baleados no norte do estado de Nova York e 21 pessoas, 19 delas crianças, foram assassinadas em uma escola no Texas.
Após as tragédias, o Congresso conseguiu aprovar a primeira legislação significativa em décadas para tentar conter o problema das armas.
Um dia antes, os defensores do controle mais rígido das armas de fogo sofreram uma derrota com a decisão da Suprema Corte de reafirmar o direito do porte de armas em público.
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