Topo

Esse conteúdo é antigo

Gigante americana 3M pagará EUR 571 milhões por contaminação na Bélgica

06/07/2022 09h51

Bruxelas, 6 Jul 2022 (AFP) - A multinacional americana 3M chegou a um acordo, nesta quarta-feira (6), com as autoridades da região belga de Flandres para desembolsar 571 milhões de euros (cerca de US$ 585 milhões) por contaminação em uma fábrica perto de Antuérpia (norte).

As partes anunciaram o entendimento em um comunicado conjunto que "resolve as divergências pendentes".

O caso se refere à contaminação causada por produtos químicos da família das substâncias perfluoroalquiladas (PFAS, na sigla em inglês). As substâncias PFAS são produtos químicos de difícil degradação no meio ambiente.

Durante muito tempo, a 3M negou ser responsável pelos altos níveis detectados perto de sua planta em Zwijndrecht.

Trata-se de uma família de produtos químicos sintéticos resistentes ao calor intenso e que podem repelir água e gordura. Quando penetram as águas subterrâneas, superficiais e o solo, os PFAS podem representar um risco tóxico para a saúde e persistem por muito tempo.

Algumas substâncias PFAS podem prejudicar o desenvolvimento do feto, causar câncer e são suspeitas de provocar alterações no sistema endócrino humano.

"Como resultado deste acordo, poderemos fazer as coisas no melhor interesse do povo de Zwijndrecht, dos nossos agricultores locais e da nossa prosperidade e bem-estar", disse o ministro do Meio Ambiente da região flamenga da Bélgica, Zuhal Demir.

Em conformidade com o acordo anunciado hoje, a 3M vai investir os 571 milhões de euros em benefício da comunidade local.

O vice-presidente-executivo de responsabilidade ambiental da 3M, John Banovetz, saudou a adoção de "um grande passo à frente" para a empresa.

Em outubro passado, as autoridades de saúde flamengas publicaram um estudo, mostrando que 59% dos adultos e dos adolescentes que vivem em um raio de três quilômetros da fábrica da 3M tinham níveis concentrados de perfluorooctano (PFOS), um tipo de PFAS, em seu sangue.

Essas pessoas corriam o risco de desenvolver problemas de colesterol, diabetes e infertilidade, de acordo com os pesquisadores.

mad-arp/ahg/pc/tt