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Irã prende diplomatas estrangeiros acusados de espionagem, segundo imprensa estatal

06/07/2022 20h40

Teerã, 6 Jul 2022 (AFP) - Os Guardiões da Revolução, exército ideológico do Irã, prenderam vários diplomatas estrangeiros, entre eles um britânico, acusados de espionagem, informaram nesta quarta-feira (6) a agência de notícias oficial Fars e a TV estatal da República Islâmica.

Entre os detidos estaria um diplomata britânico, informação desmentida imediatamente pela chancelaria daquele país.

A notícia chega em um momento de tensão entre o Irã e as potências mundiais, que buscam retomar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano. Também houve um aumento recente da prisão de cidadãos ocidentais no país.

"O serviço de inteligência dos Guardiões da Revolução identificou e deteve diplomatas de embaixadas estrangeiras que espionavam no Irã", afirmou a Fars.

A agência oficial acrescentou que o diplomata britânico - o chefe de missão adjunto da embaixada, Giles Whitaker - tinha sido expulso do Irã. Já a TV estatal noticiou que o diplomata britânico havia sido expulso da "área" onde ocorreram as detenções.

Whitaker é subchefe da embaixada do Reino Unido em Teerã, onde assumiu suas funções em 2018. A TV estatal iraniana acusou o diplomata britânico de ter "realizado operações de inteligência" em "áreas onde se realizavam" manobras militares.

Um vídeo exibido pela TV mostra imagens de um homem, que seria Giles Whitaker, falando em um recinto que parece ser a sala de aula de uma escola.

Segundo a jornalista da emissora, o diplomata "faz parte do grupo de pessoas que viajou ao deserto de Shahdad (centro) com sua família na condição de turista". "Como mostram as imagens, esta pessoa tirava fotos (...) em uma área proibida, onde se realizava um exercício militar", prosseguiu a emissora.

Ainda se desconhecem o número e a nacionalidade dos outros diplomatas detidos e a data de sua prisão.

- Amostras -

A TV estatal também mostrou imagens de outro homem detido, apresentado como "Maciej Walczak, chefe do departamento de microbiologia da Universidade Nicolaus-Copernic, da Polônia. Essa universidade está ligada ao regime sionista", afirmou, referindo-se a Israel.

Walczak, cuja nacionalidade é desconhecida, "entrou no Irã juntamente com outras três pessoas para um programa de intercâmbio científico, mas viajou para a região desértica de Shahdad como turista quando eram realizados testes de mísseis", indicou a mesma fonte. Ele estava "colhendo amostras de rochas e solo".

Outro homem detido foi apresentado pela TV como "Ronald, marido da consultora cultural da embaixada austríaca". Ele é acusado de "colher amostras de rochas" em um povoado na região de Damghan, a leste de Teerã, e de "filmar uma zona militar em Teerã".

Mais de uma dezena de ocidentais, a maioria deles com dupla nacionalidade, encotram-se detidos no Irã.

A TV estatal também acusou Israel, inimigo do Irã, de estar por trás desse assunto. "Aparentemente, Israel quer abrir um expediente sobre a possível dimensão militar do programa nuclear iraniano, usando cidadãos de terceiros países ligados a embaixadas ocidentais", indicou o veículo. Israel acusa o Irã de querer adquirir armas nucleares, o que Teerã nega.

ap/tp/sag/js/jc/mvv/lb