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Peregrinos se dirigem a Mina, etapa crucial do hajj

07/07/2022 08h46

Meca, Arábia Saudita, 7 Jul 2022 (AFP) - Centenas de milhares de peregrinos muçulmanos presentes em Meca começaram a chegar a Mina na manhã desta quinta-feira (7), para um dos maiores rituais do hajj, apesar da pandemia de covid-19 e do calor impiedoso.

Nesse ritual, muitos fiéis fazem o trajeto a pé até Mina, a sete quilômetros da Grande Mesquita, o local mais sagrado do Islã localizado no oeste da Arábia Saudita.

Na quarta-feira, eles cumpriram o ritual "tawaf", a circunvolução da Caaba, a estrutura cúbica em direção à qual os muçulmanos de todo o mundo se voltam para orar, na Grande Mesquita.

"Me sinto muito bem. Tudo isso para estar mais perto de Deus", disse o peregrino tunisiano Khaled Bin Jomaa, de 44 anos, ao entrar no acampamento a pé, carregando um guarda-chuva e um tapete de oração.

Devido à covid, a multidão de peregrinos foi limitada a um milhão de fiéis, duas vezes menos do que em 2019. Mas o número é muito maior que nos últimos dois anos, quando os participantes foram reduzidos a algumas dezenas de milhares, e os estrangeiros foram excluídos.

Cerca de 850 mil muçulmanos de todo o mundo foram autorizados a participar este ano, desde que vacinados e com teste PCR negativo. O maior hajj desde 2019 é celebrado num contexto de surto epidêmico em vários países do Golfo, que recentemente restabeleceram medidas restritivas.

Quatro hospitais e 26 centros de saúde foram implementados em Mina, de acordo com as autoridades.

Nem todos os peregrinos usavam máscara, mas muitos carregavam guarda-chuvas para se proteger do sol inclemente, com temperatura de 42º C.

Com roupas leves, os fiéis passarão a noite em tendas brancas com ar condicionado, já que o local fica em um vale estreito cercado por montanhas.

Na sexta-feira, clímax do hajj, os fiéis iniciarão a subida ao Monte Arafat, onde o profeta Maomé teria proferido seu último sermão. Os peregrinos vão orar e recitar o Alcorão por várias horas no monte.

No sábado, eles devem proceder o apedrejamento simbólico de Satanás, jogando pedras em lugares que representam o diabo.

- Alta segurança - O hajj, uma das maiores congregações religiosas do mundo, está entre os cinco pilares do Islã e deve ser realizado pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano em condições de fazê-lo.

Os rituais são realizados em meio a fortes medidas de segurança, com postos de controle instalados em vários lugares de Meca, para evitar a repetição de tragédias que marcaram a história da maior peregrinação muçulmana.

Em 1979, homens armados se trancaram dentro da Grande Mesquita durante um assalto que causou 153 mortes, segundo o balanço oficial.

Em 2015, uma debandada em Mina causou a morte de até 2.300 pessoas.

Mas o número de peregrinos estrangeiros também representa uma vantagem econômica para a monarquia do Golfo, que depende principalmente das exportações de petróleo.

Com o regresso de centenas de milhares de fiéis, os setores de hotelaria e turismo de Meca esperam se recuperar das enormes perdas dos dois anos anteriores devido à pandemia.

Desde o início da crise sanitária, a Arábia Saudita registrou mais de 795.000 casos de contaminação por coronavírus, incluindo 9.000 mortes, no país de 34 milhões de habitantes

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