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UE teme expulsão de palestinos da Cisjordânia ocupada

07/07/2022 14h08

Khallet Athaba, Territórios palestinos, 7 Jul 2022 (AFP) - Um diplomata europeu de alto escalão alertou nesta quinta-feira (7) para o risco de expulsão em massa de palestinos instalados em uma região da Cisjordânia ocupada, onde ocorrem exercícios militares, após uma decisão controversa do sistema judiciário israelense.

"Se expulsões em massa e transferências forçadas ocorrerem, será a maior transferência forçada em décadas", disse o representante da União Europeia nos territórios palestinos, Sven Kuehn von Burgsdorff, durante uma visita a Masafer Yatta.

Em maio, o mais alto tribunal de Israel decidiu a favor do Exército, determinando que a área, que abriga 12 vilarejos palestinos no deserto da Judeia, no extremo sul da Cisjordânia, era um campo de tiro desde 1980.

Mas os habitantes, cerca de 1.000 palestinos espalhados por 12 aldeias isoladas que gradualmente se estabeleceram, dizem que estão lá há décadas, muito antes de o exército israelense ocupar a Cisjordânia em 1967.

De acordo com Sven Kuehn von Burgsdorff, as demolições aumentaram na área desde a decisão que encerrou duas décadas de batalhas judiciais, abrindo caminho para o despejo de moradores.

Durante sua visita, o diplomata acusou os juízes israelenses de violar o direito internacional. A decisão do tribunal "parece ignorar" as responsabilidades de Israel para com os moradores palestinos como uma "potência ocupante", disse ele.

"Há famílias que perderam suas casas, mas esta decisão é política, não legal", disse à AFP. "A pressão internacional é a única maneira de parar isso", acrescentou.

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