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EUA sancionam russos por interferência nas eleições americanas

Eleição nos EUA - Getty Images
Eleição nos EUA Imagem: Getty Images

29/07/2022 17h00

Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira (29), uma nova rodada de sanções contra indivíduos e entidades russas acusadas de promover campanhas de propaganda e desinformação para interferir nas eleições americanas.

Em um comunicado, o Departamento do Tesouro afirmou que pessoas e organizações arrecadaram fundos e divulgaram informações falsas para interferir no processo eleitoral americano, e que os serviços de inteligência russos se aproveitaram disso para "criar ou aumentar as divisões no país".

Um dos sancionados, que responde a acusações criminais, tem vínculo com uma organização que já foi sancionada por tentar influenciar nas eleições presidenciais de 2016, que levaram Donald Trump à Casa.

"O Kremlin tem procurado repetidamente ameaçar e minar nossos processos e instituições democráticas", acusou Brian E. Nelson, subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira.

Os Estados Unidos seguirão trabalhando "para combater esses esforços e proteger nossa democracia da interferência da Rússia".

As últimas sanções visam Aleksandr Viktorovich Ionov e seu Movimento Anti-Globalização da Rússia (AGMR) e o STOP-Imperialism, bem como Natalya Valeryevna Burlinova e seu Centro de Apoio e Desenvolvimento da Diplomacia Criativa de Iniciativa Pública (PICREADI) por seu trabalho em nome do governo russo.

Além de sua própria "agenda de influência maligna", Ionov coopera com Yevgeniy Viktorovich Prigozhin e seu Projeto Lakhta, que foram sancionados por seus esforços de interferência na eleição de 2016, de acordo com o comunicado do Tesouro.

Mais recentemente, Ionov e Prigozhin discutiram a "viabilidade de apoiar diretamente um candidato específico nas eleições para governador nos EUA em 2022", enquanto tentavam espalhar informações falsas para interromper o processo eleitoral, informou.

O Departamento de Justiça também anunciou acusações criminais contra Ionov por "conspirar para que cidadãos americanos ajam como agentes ilegais do governo russo". Se for considerado culpado, ele enfrenta uma pena máxima de cinco anos de prisão.

"Esforços secretos de governos estrangeiros para influenciar as eleições americanas e grupos políticos ameaçam nossa democracia ao espalhar desinformação, desconfiança e caos", disse o procurador-geral assistente Kenneth A. Polite Jr.

O Tesouro também sancionou a empresa de Ionov, a Ionov Transkontinental, que tem presença no Irã, Venezuela e Líbano.

A PICREADI de Burlinova, também conhecida como Diplomacia Criativa, recebe financiamento do governo russo e seus serviços de inteligência, que acompanharam os participantes do evento anual de políticas públicas chamado "Encontro com a Rússia".

A conferência atrai "aspirantes a líderes" em círculos acadêmicos, centros analíticos, mídia, setores privados e instituições governamentais para facilitar o diálogo, segundo o comunicado.

Como resultado das sanções, todos os bens e interesses de propriedade desses indivíduos e entidades que estejam nos Estados Unidos ou em posse ou controle de americanos foram congelados.