Chanceler alemão acusa Rússia de bloquear entrega de turbina para gasoduto
O chanceler alemão, Olaf Scholz, acusou a Rússia, nesta quarta-feira (3), de ser responsável por bloquear a entrega de uma turbina atualmente na Alemanha, sem a qual Moscou afirma que o gasoduto Nord Stream não pode funcionar normalmente.
"Não há qualquer razão para que a entrega não ocorra", disse o chanceler alemão, no momento em que a Rússia corta o volume de seu fornecimento de gás, alegando a necessidade desta turbina.
Moscou precisa apenas "fornecer as informações alfandegárias necessárias para seu transporte para a Rússia", disse Scholz durante uma visita à fábrica da Siemens, em Mühlheim an der Ruhr (oeste), onde a turbina está localizada.
A Rússia reduziu seus envios em junho e julho, explicando que o gasoduto não poderia funcionar normalmente sem uma turbina em reparo no Canadá e que não havia devolvido para a Rússia, devido às sanções impostas pelos ocidentais após a invasão da Ucrânia.
Alemanha e Canadá concordaram em levar o equipamento para a Rússia, mas a turbina ainda não chegou ao seu destino final.
Nos últimos dias, a Alemanha denunciou que se trata apenas de um "pretexto" e de uma decisão "política" para influenciar os ocidentais no contexto da guerra na Ucrânia.
Com capacidade, segundo a Gazprom de 167 milhões de m3 diários, o gasoduto Nord Stream conecta a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico.
O gasoduto é estratégico para o abastecimento de gás aos europeus, especialmente alemães, muito dependentes dos recursos energéticos russos.
Os ocidentais acusam Moscou de usar a arma energética como represália pelas sanções adotadas após a ofensiva contra a Ucrânia.
O Kremlin afirma, por sua vez, que as sanções causam problemas técnicos na infraestrutura de gás e que, por isso, a Europa sofre com as medidas que impõe à Rússia.
O grupo russo Gazprom alegou nesta quarta-feira que a devolução para a Rússia a turbina do gasoduto Nord Stream 1 que abastece a Europa é "impossível", por causa das sanções aplicadas contra Moscou.
"As sanções que regem no Canadá, na União Europeia e no Reino Unido, assim como as inconsistências da situação atual com as obrigações contratuais de Siemens fazem com que essa entrega seja impossível", afirmou a Gazprom em um comunicado, referindo-se à fabricante alemã da turbina.
bur-ilp/ylf/abx/mis/zm/mab/an/tt/aa
© Agence France-Presse
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