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Papa recebeu como 'um tapa' depoimentos de abusos contra indígenas no Canadá

Papa Francisco chega em cadeira de rodas para se encontrar com participantes da plenária da União Internacional dos Superiores Gerais (IUSG) - REUTERS/Guglielmo Mangiapane
Papa Francisco chega em cadeira de rodas para se encontrar com participantes da plenária da União Internacional dos Superiores Gerais (IUSG) Imagem: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

03/08/2022 07h34Atualizada em 03/08/2022 08h13

O papa Francisco confessou nesta quarta-feira (3) que recebeu como um "tapa" os depoimentos dramáticos que ouviu durante sua viagem ao Canadá dos indígenas vítimas de abusos em internatos católicos.

"Garanto que nessas reuniões, especialmente na última, senti a dor dessa gente como um tapa", afirmou o pontífice argentino durante a audiência geral semanal no Vaticano.

O pontífice retornou no sábado de uma viagem de seis dias ao Canadá durante a qual pediu desculpas pelos abusos cometidos durante décadas pela Igreja Católica aos representantes das Primeiras Nações, mestiços e inuit.

Diante dos jornalistas que o acompanhavam no voo de retorno a Roma, Francisco não hesitou em reconhecer que o tratamento aos indígenas no Canadá equivalia a um "genocídio", palavra que não pronunciou durante sua viagem.

Ouvir os "idosos que perderam filhos, que não sabem onde estão" foi "um momento doloroso", confessou.

Francisco concluiu na sexta-feira sua viagem ao Canadá em Iqaluit, capital do vasto território de Nunavut no arquipélago ártico, onde voltou a pedir desculpas pela violência nos 139 internatos para onde foram enviadas cerca de 150.000 crianças indígenas desde o final do século XIX até a década de 1990.

Muitas sofreram abusos físicos e sexuais e acredita-se que ao menos 6.000 morreram por desnutrição, doenças, maus-tratos e negligência.