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Partido do governo espanhol critica gesto do rei diante espada de Bolívar, na Colômbia

09/08/2022 10h06

O partido da esquerda radical Podemos, parte do governo de coalizão da Espanha, criticou o ato do rei Felipe VI em não se levantar diante da espada de Simón Bolívar no domingo, durante a posse do novo presidente colombiano Gustavo Petro, e pediu que Madri se desculpe.

"A espada de Bolívar representa a soberania da América Latina. O rei Felipe VI foi o único chefe de Estado que permaneceu sentado em sua passagem durante a posse do novo presidente da Colômbia. Uma grave falta de respeito", declarou a formação abertamente republicana e crítica da monarquia na noite de segunda-feira (08).

De acordo com os vídeos do momento, quando a espada de Simón Bolívar era levada em uma urna de vidro até a praça nomeada em homenagem ao herói da independência latino-americana, local da cerimônia de posse do esquerdista Petro, o rei da Espanha permaneceu sentado enquanto as outras autoridades se levantaram e aplaudiram.

"O ocorrido é inexplicável e merece um pedido de desculpas", tuitou Ione Belarra, ministra dos Direitos Sociais e secretária-geral do Podemos, um parceiro minoritário dos socialistas no governo de Pedro Sánchez.

O antecessor líder do Podemos, Pablo Iglesias, vice-presidente do governo até sua renúncia em março de 2021, escreveu na rede social: "Desejo que em breve a Espanha seja representada por uma presidenta ou um presidente da República votado pelos cidadãos".

A vertente socialista da coalizão buscou nesta terça-feira (09) minimizar a polêmica, que ecoou nos meios de comunicação da Espanha.

"Eu não sei se me levanto ou não caso uma espada passe na minha frente", disse o ministro da Cultura Miquel Iceta à rádio pública RNE, onde também indicou achar "absolutamente louco e desproporcional" pedir que Madri se desculpe.

"São essas polêmicas de verão que servem para alguns marcarem uma espécie de posição política, mas eu não daria a importância ou o significado que estão dando", acrescentou Iceta.

du/CHZ/mar/ms

© Agence France-Presse