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Rússia atribui deflagração em base militar da Crimeia a explosão de munições

09/08/2022 22h51

A Rússia afirmou que as detonações que mataram uma pessoa em uma base militar na península anexa da Crimeia nesta terça-feira (9) foram causadas por uma explosão de munições e não por um bombardeio ucraniano.

"Várias munições destinadas à aviação explodiram em um depósito localizado no território do aeródromo militar de Saki, perto da cidade de Novofiodorovka", disse o Ministério da Defesa em comunicado divulgado por agências de notícias russas.

O dirigente da Crimeia, Sergei Aksyonov, informou que uma pessoa foi morta. E cinco outras ficaram feridas, incluindo uma criança, de acordo com o ministro da Saúde local, Konstantin Skorupski.

Vídeos postados nas redes sociais mostram uma bola de fogo se formando após uma forte explosão e nuvens espessas de fumaça preta subindo no céu.

A Crimeia, uma península ucraniana anexada em 2014 por Moscou, está na linha de frente da ofensiva militar da Rússia contra seu vizinho ucraniano desde o final de fevereiro.

- Evacuações em Donetsk -

As forças ucranianas vêm anunciando há várias semanas uma contraofensiva na frente de Kherson, no sul, para recuperar os territórios perdidos no início da invasão. A região é estratégica porque faz fronteira com a Crimeia.

Depois de fracassar na tomada de Kiev em março, as forças russas concentraram sua ofensiva no sul e leste da Ucrânia, embora continuem bombardeando outras partes.

As autoridades ucranianas anunciaram nesta terça que mais de 3 mil civis foram evacuados na última semana de Donetsk, que junto com Lugansk forma a bacia de Donbass, no leste do país.

Moscou aspira controlar toda a região, parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia desde 2014.

Kiev vem pressionando os civis a deixar a área há meses, mas muitos se recusam. Desde o final de julho, a saída do território é obrigatória.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou essa decisão especialmente em antecipação ao inverno, já que a destruição das redes de distribuição de gás poderia deixar as casas sem aquecimento.

Nas últimas 24 horas, três civis foram mortos e 19 ficaram feridos devido aos combates na região, segundo a presidência ucraniana.

- Fornecimento de petróleo -

Após a invasão russa da Ucrânia, os países ocidentais adotaram uma série de sanções contra Moscou. Em resposta, a Rússia reduziu suas entregas de gás para a Europa.

Nesta terça, anunciou que seus envios através da Ucrânia para vários países europeus haviam sido interrompidos "a partir de 4 de agosto".

A interrupção se deve à negação de uma transação bancária devido a sanções, indicou a Transneft, empresa responsável pelo gasoduto, em comunicado.

Trata-se de fornecimentos através de um ramal do gasoduto que conecta à Hungria, Eslováquia e República Checa. Já as entregas para a Polônia e Alemanha "continuam normalmente", disse a Transneft.

A União Europeia adotou em junho um embargo progressivo ao petróleo russo que prevê o fim das importações de petróleo bruto por navios dentro de seis meses.

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© Agence France-Presse