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Atentado reivindicado pelo EI mata líder talibã e seu irmão em Cabul

11/08/2022 16h18

Um alto dignitário talibã, conhecido por suas críticas ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI), morreu nesta quinta-feira (11) em Cabul junto com seu irmão, em um ataque suicida reivindicado pelo EI.

Rahimulá Haqqani havia escapado de ao menos duas tentativas de assassinato, uma delas em outubro de 2020 no Paquistão.

"A 'madrasa' [faculdade muçulmana] do xeque Rahimula foi alvo de um atentado e ele e seu irmão caíram como mártires", disse à AFP o porta-voz da polícia de Cabul, Khalid Zadran.

Outras três pessoas ficaram feridas na explosão, acrescentou.

O porta-voz do governo afegão, Bilal Karimi, confirmou a morte do líder talibã "em um atentado realizado por um inimigo covarde".

O EI reivindicou o ataque em um comunicado citado pelo SITE Intelligence Group, organização especializada em monitorar sites de grupos islâmicos.

O homem-bomba "conseguiu penetrar no escritório de um dos mais eminentes defensores dos talibãs e um dos principais instigadores da luta" contra o EI, ativando "seu colete explosivo", disse o comunicado.

Haqqani, que não ocupava nenhum cargo no governo talibã, criticava com veemência o EI, que realizou vários ataques desde o retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão, há um ano.

Nos últimos meses, se pronunciou a favor do direto das meninas afegãs de ir à escola.

"Não há justificativa na lei Sharia para dizer que a educação de meninas não está autorizada. Absolutamente nenhuma justificativa", disse Haqqani à BBC em uma entrevista em maio.

Os talibãs impuseram inúmeras restrições a mulheres e meninas, em nome de uma concepção fundamentalista do Islã. Em março, as escolas de ensino médio femininas foram fechadas em várias regiões.

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© Agence France-Presse