Acampamento de opositores de influente líder xiita aprofunda divisão política no Iraque
Opositores do clérigo xiita iraquiano Muqtada al Sadr lançaram sua própria manifestação em Bagdá nesta sexta-feira (12), quase duas semanas depois que seus apoiadores invadiram o Parlamento e iniciaram um protesto, aprofundando a divisão política em curso no Iraque.
Os acampamentos opostos são o último episódio de um confronto entre dois blocos xiitas rivais, por enquanto pacífico, em um país marcado por décadas de guerra.
De um lado, o influente líder xiita quer dissolver o Parlamento e organizar eleições antecipadas. Pelo outro, a coalizão do Quadro de Coordenação, formada por facções xiitas pró-Irã, exige a formação de um novo governo para acabar com meses de estagnação.
As últimas eleições gerais foram realizadas há apenas dez meses e, desde então, as negociações pós-eleitorais entre o bloco de Sadr - o maior do parlamento - e outras facções não foram bem-sucedidas, de modo que o país não conseguiu nomear um novo governo, primeiro-ministro ou presidente.
O Quadro de Coordenação reúne o partido do ex-primeiro-ministro Nouri al Maliki, antigo inimigo de Sadr, e Hashed al Shaabi, uma antiga rede paramilitar pró-iraniana agora integrada às forças de segurança.
O anúncio da nova manifestação aconteceu através de um comunicado lido para milhares de apoiadores do bloco, que se reuniram em uma via de acesso à Zona Verde da capital.
A mobilização de sexta-feira mostra que "nenhum partido pode tomar as ruas às custas de outro", afirmou Maliki em comunicado.
Horas antes, milhares de partidários de Sadr se reuniram perto do parlamento para a oração semanal e, na semana anterior, dezenas de milhares foram orar nessa mesma área a pedido do clérigo.
Nesta semana, os dois blocos opostos coincidiram nas ruas com apoiadores do movimento de protesto contra o governo que eclodiu no final de 2019.
"Ambos fazem parte do sistema corrupto que governa o país", disse Ali Jaber, um ativista comunista de 50 anos, referindo-se aos blocos xiitas rivais. "Livrar-se deles é o primeiro passo para realizar os sonhos do povo iraquiano", acrescentou.
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© Agence France-Presse
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