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Baviera lamenta boicote a famílias israelenses na cerimônia dos ataques nos Jogos de Munique

12/08/2022 08h41

As autoridades de Baviera lamentaram nesta sexta-feira (12) que as famílias das vítimas do atentado aos Jogos Olímpicos de Munique tenham decidido boicotar as cerimônias que relembram o 50º aniversário da tragédia, considerando insuficiente a oferta de indenização. 

"Lamentamos profundamente esta resposta negativa", disse à AFP um porta-voz do gabinete de Markus Söder, presidente da região da Baviera, que organizará esta cerimônia em 5 de setembro. 

"As negociações continuam com o objetivo de alcançar um resultado positivo", acrescentou o porta-voz. 

Em uma carta transmitida a Söder e da qual a AFP obteve uma cópia, as famílias dos 11 israelenses mortos durante os Jogos de Munique em 1972 "recusam o convite para participar" das cerimônias.

Ao mesmo tempo, exigiram "desculpas públicas" das autoridades alemãs por "todos os seus erros" e suas "mentiras" neste caso, além de "abrir todos" seus arquivos e "indenização justa". 

O responsável pela questão da indenização das vítimas pelo governo alemão, Pascal Kober, pediu que se encontre uma solução, sublinhando "a responsabilidade política" do seu país. 

"A Alemanha tem uma responsabilidade política que devemos assumir, especialmente em vista de seu relacionamento único com Israel", disse Kober à revista Der Spiegel. 

De acordo com o jornal Süddeutsche Zeitung, Berlim apresentou uma oferta total de 10 milhões de euros (US$ 10,2 milhões), dos quais 4,6 milhões de euros (US$ 4,7 milhões) já foram desembolsados em 2002. No entanto, as famílias das vítimas consideram esse valor muito baixo. 

Em 5 de setembro de 1972, oito membros da organização palestina "Setembro Negro" invadiram um apartamento da delegação israelense na vila olímpica, matando dois atletas israelenses e levando outros nove membros da delegação como reféns, na esperança de trocá-los por 232 prisioneiros palestinos.

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© Agence France-Presse