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França em 'extrema vigilância' por incêndios florestais

12/08/2022 07h03

Apoiados por reforços europeus, os bombeiros da França continuam combatendo os incêndios florestais em diferentes pontos do país nesta sexta-feira (12), revividos por uma nova onda de calor. 

Os quase 1.100 bombeiros franceses mobilizados na quinta-feira receberam a ajuda de 361 soldados de países europeus vizinhos, como Alemanha, Polônia, Áustria e Romênia, além de vários aviões-tanque da União Europeia. 

Vários focos de incêndio permanecem ativos nesta sexta-feira no território francês, incluindo à beira-mar no sudoeste, no centro montanhoso. 

No Gironde (sudoeste), as chamas queimaram 7.400 hectares desde terça-feira, e dez mil pessoas foram retiradas, algumas pela segunda vez até agora neste verão. 

Ronan Léaustic, vice-prefeito de Arcachon, uma estância turística a 50 quilômetros de Bordeaux, indicou que o fogo foi amplamente contido, mas as condições climáticas exigem "extrema vigilância". 

"Hoje pode ser um dia complicado, pois as temperaturas continuam subindo", disse Léaustic. 

No total, mais de 40.000 hectares foram queimados este ano na França, segundo as autoridades, enquanto as medições de satélite apontam para 50.000 hectares. 

De qualquer forma, os números multiplicam a média anual dos 15 anos anteriores, como na Espanha. O forte calor do verão também afeta Alemanha e Portugal.

Mesmo no departamento de Jura, perto da fronteira com a Suíça, onde o clima tende a ser mais moderado, dois incêndios consumiram mais de 600 hectares de floresta desde terça-feira. 

Por volta das 05h00 desta sexta-feira, os termômetros marcaram mais de 25°C no sudoeste do país, e durante o dia as temperaturas chegarão aos 40°C, segundo o serviço meteorológico nacional. 

O limite de 40°C só foi ultrapassado uma vez na década de 1960 e uma vez na década de 1970 na França. Agora parece se tornar uma coisa comum no verão em algumas partes do país. 

Mesmo na capital Paris o calor é sufocante. Caroline Dubois, uma aposentada de 72 anos, deixa as janelas de seu apartamento abertas o dia todo "para criar uma corrente de ar".

Stéphanie Ryan, 36, tenta se refrescar colocando toalhas molhadas em seu ventilador. "É eficaz", afirma. 

O país também foi afetado neste verão por uma seca histórica que o obrigou a restringir o uso da água. 

Em julho, a precipitação foi 84% menor do que o normal durante o período 1991-2020, segundo o escritório meteorológico. 

Os cientistas acreditam que a multiplicação das ondas de calor é uma consequência direta do aquecimento global.

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© Agence France-Presse