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Quatro nações pedem diálogo no Peru, cujo presidente está sendo investigado por corrupção

13/08/2022 20h41

Argentina, Bolívia, Equador e México pediram, neste sábado (13), um "diálogo político" no Peru, onde o Ministério Público abriu uma sexta investigação contra o presidente Pedro Castillo por suposta corrupção, segundo um comunicado conjunto divulgado em Quito.

Os governos dessas nações "convocam todas as instituições e forças políticas dessa república irmã para fortalecer o diálogo político, como ferramenta para superar a atual situação que o país atravessa", diz o texto divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Equador.

Logo após a declaração, o esquerdista Castillo expressou sua gratidão no Twitter pelo "apoio à consolidação de nossa democracia e governo contra as manobras de setores antidemocráticos".

Castillo e o ex-ministro da Habitação Geiner Alvarado estão sendo investigados por suposta corrupção na adjudicação de obras públicas. Como parte dessa investigação, esta semana a cunhada do presidente, Yenifer Paredes, foi presa.

O governante peruano, que está no cargo há um ano, também vive sob o cerco de um Congresso dominado pela direita que exige sua renúncia. Até agora, Castillo sobreviveu a duas tentativas de impeachment "por incapacidade moral".

"Confiamos que todos os atores nacionais privilegiem a construção de consensos amplos, inclusivos e participativos que permitam fortalecer o funcionamento do sistema político estabelecido pela Constituição", diz o comunicado dos quatro países.

As nações também expressam - sem mencionar Castillo - "sua solidariedade com as autoridades legitimamente constituídas".

Castillo, professor rural e sindicalista, está sendo investigado por outros cinco casos, nos quais ele prega inocência.

As causas incluem suposto tráfico de influência na compra de combustível pela estatal Petroperú em 2021 e a suposta obstrução da justiça na destituição de um ministro do Interior.

Também um suposto tráfico de influência em um arquivo de promoções militares; alegada corrupção e conluio agravado em um projeto de obras públicas e plágio em sua tese universitária.

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© Agence France-Presse