Sindicatos e movimentos sociais protestam contra alta dos preços na Argentina
As principais confederações sindicais da Argentina se manifestam nesta quarta-feira (17) em Buenos Aires contra o aumento dos preços, em um dia em que também protestam separadamente os movimentos sociais que representam trabalhadores informais e desempregados.
Pela primeira vez desde a posse do presidente Alberto Fernández (centro-esquerda), de quem são aliados, os sindicatos decidiram marchar até a sede do Congresso para protestar contra o alto custo de vida neste país, que registra um dos índices de inflação mais altos do mundo, com um acumulado de 46,2% de janeiro a julho.
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Os sindicatos dirigiram as suas reivindicações ao setor empresarial, denunciando "a irresponsabilidade econômica dos grandes formadores de preços que valorizam produtos essenciais para melhorar as suas margens de lucro", segundo o documento que apresentaram.
Também denunciaram "a especulação financeira que busca uma desvalorização que só favorece os grupos econômicos concentrados e empobrece a grande maioria dos argentinos".
Com a inflação projetada em 90% este ano, muitos trabalhadores na Argentina constatam que, apesar de terem um emprego formal, seus salários estão abaixo do valor da cesta básica, que marca o limite da pobreza.
Em 2021, 37% da população argentina vivia na pobreza.
Paralelamente a essa manifestação, organizações sociais de esquerda, cada vez mais contrárias ao governo, protestaram nesta quarta-feira na central Plaza de Mayo, onde se encontra a Casa Rosada, sede da presidência.
Os movimentos sociais exigem mais ajuda estatal e propuseram a aprovação de uma renda básica universal, em um momento em que o governo deve reduzir o déficit fiscal, em linha com um acordo de crédito com o Fundo Monetário Internacional de cerca de 44 bilhões de dólares.
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© Agence France-Presse