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Cineasta iraniano ganhador de Oscar pede 'solidariedade' com manifestantes

25/09/2022 12h33

O diretor de cinema iraniano duas vezes vencedor do Oscar, Asghar Farhadi, pediu neste domingo (25) aos cidadãos de todo mundo que "mostrem solidariedade" com as manifestações que varrem seu país após a morte de uma jovem detida pela polícia moral.

Farhadi elogiou as "mulheres progressistas e corajosas que lideram os protestos por seus direitos humanos", na esteira da morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial. 

"Pedem direitos simples, mas fundamentais, que o Estado nega-lhes há anos", disse Farhadi, em uma mensagem de vídeo publicada no Instagram. 

"Essa sociedade, especialmente essas mulheres, percorreu um caminho duro e doloroso até chegar a este ponto", acrescentou o diretor iraniano. 

Segundo balanço oficial, pelo menos 41 pessoas morreram nos protestos após a morte da jovem, detida por, supostamente, usar o véu de forma "inapropriada". Grupos de direitos humanos dizem, no entanto, que o número de vítimas fatais é muito maior. 

"Eu os vi de perto nestas noites. A maioria é muito jovem, de 17 ou 20 anos", acrescentou Farhadi. 

"Vi a indignação e a esperança em seus rostos e na forma como marchavam pelas ruas. Respeito profundamente sua luta pela liberdade e pelo direito de escolher seu próprio destino, apesar de toda brutalidade a que estão submetidas", completou. 

Conhecido por filmes que lidam com os desafios da vida cotidiana, o cineasta ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro por "A separação", em 2011, e "O vendedor", em 2016. 

"Convido todos os artistas, cineastas, intelectuais, ativistas dos direitos civis em todo mundo (...) todos que acreditam na dignidade humana e na liberdade, a se solidarizarem com as poderosas e corajosas mulheres e homens do Irã, fazendo vídeos, escrevendo, ou de qualquer outra maneira", insistiu.

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© Agence France-Presse