Greve paralisa fábricas do setor automotivo na Argentina
Uma greve dos trabalhadores pedindo melhores salários paralisou totalmente a produção de pneus e a atividade de duas fábricas de automóveis na Argentina, revelaram nesta segunda-feira (26) fontes governamentais e sindicais.
"A greve está afetando toda a cadeia automotiva", afirmou o secretário da Indústria do governo, José de Mendiguren, em declarações ao canal de notícias A24.
A medida é realizada por 5.600 funcionários das fabricantes de pneus, entre elas as dominantes Bridgestone, Pirelli e FATE, em um conflito sindical que se transferiu às "fábricas da Toyota e da Ford por carecer do estoque de que precisam", disse De Mendiguren.
A discussão salarial entre a patronal Câmara do Neumático e o Sindicato Único do setor está há mais de cem dias sem acordo, mas a situação se agravou a partir do fim de semana com uma paralisação total. As companhias anunciaram a suspensão de suas atividades.
"Os empresários tentam impor de fato o encerramento da negociação salarial 2021-2022, desconsiderando as reivindicações dos trabalhadores e propõem um aumento insignificante de 38%, enquanto as projeções oficiais de inflação chegam a 100% para esse período", expressou o sindicato em nota.
O custo de vida acumula um aumento de 56,4% até agosto na Argentina e a estimativa de expectativas feito pelo Banco Central estima que superará os 90% no fim do ano.
De Mendiguren criticou a magnitude do protesto sindicato ao indicar que "dos 265 salários industriais, o do pneumático tem o décimo nono melhor salário médio". Ele revelou que a paralisia afeta os 127.000 empregos diretos e indiretos existentes na cadeia automotiva argentina.
O dirigente afirmou que as exportações de veículos aumentaram 70% este ano comparadas com as de 2019, antes da pandemia de covid-19.
A atividade econômica acumula alta de 6,4% e o desemprego caiu de 9,6% a 6,9% na medição interanual no primeiro semestre, segundo números oficiais.
A indústria automotiva argentina cresceu 69% em 2021 em relação a 2020, quando a pandemia provocou uma paralisação quase absoluta. A produção do ano passado chegou a aproximadamente 430.000 unidades.
dm/mr/mvv
© Agence France-Presse
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