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Mais duas pessoas são processadas por tentativa de homicídio contra Cristina Kirchner

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner - STRINGER/REUTERS
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner Imagem: STRINGER/REUTERS

01/10/2022 21h04Atualizada em 01/10/2022 21h35

Um homem e uma mulher estão sendo processados como "cúmplices" de dois outros acusados da tentativa de homicídio da vice-presidente argentina Cristina Kirchner um mês após o ocorrido, de acordo com um documento judicial divulgado neste sábado (1º) pela imprensa.

A juíza María Eugenia Capuchetti processou e decretou prisão preventiva contra Gabriel Carrizo, de 27 anos, líder da chamada "gangue do algodão-doce", e Agustina Díaz, de 21, enquanto impôs aos dois fiança de 100 milhões de pesos (670 mil dólares).

Ambos já estavam detidos, assim como Fernando Sabag Montiel, 35, e sua namorada Brenda Uliarte, 23, processados há duas semanas por "tentativa de homicídio qualificado".

"Foi demonstrado que os réus Sabag Montiel, Uliarte, Carrizo e Díaz tinham como plano comum matar a vice-presidente da Nação", disse a juíza em comunicado divulgado neste sábado pela imprensa argentina.

Carrizo apresentou-se à mídia como o dono da máquina de fazer algodão-doce para um grupo de vendedores ambulantes, atividade aparentemente usada como disfarce para realizar trabalhos de inteligência na rua. Agustina Díaz, por sua vez, é amiga íntima de Uliarte.

O atentado fracassado ocorreu em 1º de setembro em frente ao apartamento da ex-presidente em Buenos Aires, onde Sabag Montiel, camuflado entre apoiadores de Kirchner, conseguiu se aproximar dela e apertar o gatilho de uma pistola calibre .32 a centímetros de sua cabeça. A arma falhou.

Sabag, que tem símbolos nazistas tatuados em seu corpo, foi preso no local e sua namorada foi detida três dias depois.

Em uma resolução de 127 páginas, a juíza considerou que, com as provas colhidas, ficou demarcada "a intenção prévia, pré-ordenada e direta que os acusados tiveram de pôr fim à vida da vítima".

De acordo com a resolução, a análise das trocas pelo Whatsapp "permitiu apurar que todos os réus convergiram no propósito de provocar a morte da vice-presidente, trocando opiniões sobre a forma como o ato deveria ser realizado".

A juíza especifica que o plano começou a ser desenvolvido em 22 de abril, data em que Uliarte "teria adquirido a pistola semiautomática" usada no ataque.

"Em 4 de julho, Uliarte e Díaz já começavam a planejar como poderiam fazer para contornar as ações da segurança da vice-presidente para concretizar seu plano criminoso", acrescenta.

Carrizo é acusado de ter fornecido "uma arma de fogo que acabou não sendo utilizada" e de ter "pleno conhecimento do plano criminoso". Também o acusam de ter falsificado certificados de deficiência em me de Sabag Montiel e Uliarte.

Um mês após o atentado malsucedido, tenta-se descobrir se há alguma organização ou fonte de financiamento por trás dos quatro jovens detidos, que odiavam Kirchner.