Rodovias estão quase livres de bloqueios, enquanto transição avança
As rodovias do país estavam nesta sexta-feira (4) praticamente livres de bloqueios e interdições, causados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto sua equipe de transição começava a instalar suas operações em Brasília.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrava cinco bloqueios parciais que não impediam o fluxo do trânsito, em dois estados brasileiros.
"Todas as rodovias federais estão livres de bloqueios", informou a PRF nas redes sociais.
Desde que Bolsonaro perdeu a eleição no domingo (50,9% dos votos contra 49,1%), seus seguidores bloquearam centenas de estradas com caminhões e tratores, e se instalaram em quartéis nas principais cidades, exigindo intervenção militar para manter o presidente no poder. Foram desfeitos em todo o país 975 bloqueios .
As manifestações nas estradas começaram a diminuir depois que Bolsonaro, que não reconheceu explicitamente a derrota eleitoral, pediu a seus seguidores na quarta-feira que encerrassem com essas ações devido ao impacto na economia e no direito à livre circulação.
A Confederação Nacional da Indústria havia alertado na terça-feira para um "risco iminente de desabastecimento e falta de combustível" caso as estradas não fossem liberadas rapidamente.
Bolsonaro, no entanto, expressou apoio a outras formas de protesto, sem bloqueios, contra a vitória do ex-presidente de esquerda, que governará o país pela terceira vez a partir de 1º de janeiro após dois mandatos entre 2003 e 2010.
Em Brasília, uma centena de pessoas se aglomeraram na manhã desta sexta-feira em frente ao quartel-general do Exército. À noite, barreiras policiais ainda impediam o acesso à rua em frente ao complexo militar.
Já em São Paulo, eram até 300 manifestantes, alguns com barracas e agitando a bandeira do Brasil. "Forças Armadas, salvem o Brasil", gritava a multidão.
Nos dois dias que se seguiram à votação, o chefe de Estado se manteve em silêncio sobre o resultado, atitude que, segundo seus críticos, alimentou a proliferação dos protestos e gerou incerteza sobre a transferência de poder a Lula.
Mas em seu primeiro pronunciamento, na terça-feira, Bolsonaro prometeu "cumprir a Constituição" e na quinta teve uma reunião "positiva" com a equipe de Lula para iniciar a transição, segundo o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
raa/mls/dg/mr/ic
© Agence France-Presse
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