Governo Biden aprova polêmico projeto de empresa petrolífera no Alasca
O governo americano aprovou nesta segunda-feira (13) um grande e polêmico projeto da empresa petrolífera ConocoPhillips no norte do Alasca ? anunciou o Departamento do Interior, apesar da pressão de grupos ambientalistas.
Reduzido a três áreas de perfuração das cinco inicialmente solicitadas pela companhia, o projeto Willow está localizado na área conhecida como Reserva Nacional de Petróleo, em terras estatais do Alasca.
O diretor-executivo de ConocoPhillips, Ryan Lance, disse que a medida foi a "decisão correta para o Alasca e nossa nação", mas recebeu críticas imediatas dos grupos ambientalistas.
"Chegamos tarde demais à crise climática para aprovar projetos maciços de petróleo e gás que afetam diretamente a nova economia limpa que a administração Biden se comprometeu a promover", disse a presidente da Earthjustice, Abigail Dillen.
O presidente Joe Biden chegou à Casa Branca com a promessa de não permitir novas perfurações de petróleo e gás em terrenos federais.
- Promessas e pressões -
Nos últimos dias, o governo sofreu intensa pressão de grupos ambientalistas para não aprovar o projeto.
Buscando ao mesmo tempo satisfazer estes grupos, o governo anunciou que está trabalhando em proteções adicionais para uma grande área de reserva nacional de petróleo e que quer proibir permanentemente a perfuração sobre uma grande área do Oceano Ártico às margens desta reserva.
"Sabemos que o presidente Biden compreende a ameaça existencial do clima, mas está aprovando um projeto que inviabiliza seus próprios objetivos climáticos", disse Dillen.
Biden, que reconhece a "ameaça existencial" que a mudança climática representa e já tomou várias medidas a favor do desenvolvimento de energias renováveis, prometeu reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos entre 50% e 52% até 2030, em comparação com 2005.
Essa meta foi assumida no âmbito do Acordo de Paris para permitir que a maior economia do mundo alcance a neutralidade de carbono em 2050.
- Empregos x catástrofe -
Os legisladores do Alasca e patrocinadores do projeto afirmam que o Projeto Willow será uma fonte de vários milhares de empregos e contribuirá para a independência energética dos Estados Unidos, com uma produção máxima de 180.000 barris de petróleo por dia.
"O Projeto Willow é de vital importância para a economia do Alasca, trabalhos bem remunerados para nossas famílias e a futura prosperidade do nosso estado", disse Dan Sullivan, senador republicano pelo Alasca.
"Esta decisão também é crucial para nossa segurança nacional e do meio ambiente", acrescentou.
Mas as associações ambientalistas denunciam-no como uma catástrofe para o clima.
"Willow vai ser uma das maiores operações de petróleo e gás em terras públicas federais do país", disse na segunda-feira a organização ambientalista Sierra Club.
"A contaminação de carbono que vai liberar no ar terá efeitos devastadores na nossa gente, na vida silvestre e no clima. Vamos sofrer as consequências nas próximas décadas", acrescentou.
Durante dias, uma onda de vídeos de oposição ao projeto inundou a rede social TikTok, e uma petição online coletou mais de 3,2 milhões de assinaturas.
- Longa jornada -
A batalha pelo Projeto Willow remonta há vários anos. De início aprovado pelo governo de Donald Trump (2017-2021), foi detido temporariamente em 2021 por um juiz, que o devolveu para uma revisão adicional por parte do governo.
No início de fevereiro, o Gabinete de Administração de Terras (BLM, na sigla em inglês) publicou uma análise ambiental do projeto. Nela, detalhou "privilegiar uma alternativa": reduzi-lo a três locais de perfuração no lugar de cinco, com aproximadamente 219 poços.
Resultado desta solução: a produção de 576 milhões de barris de petróleo em aproximadamente 30 anos, segundo estimativas do BLM, e a emissão de 9,2 milhões de toneladas de CO2 ao ano, que representa 0,1% das emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos em 2019.
la/ube/dga/yow/jc
© Agence France-Presse
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