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Símbolo do glamour do Rio, Copacabana Palace completa cem anos

10/08/2023 18h48

Com sua fachada branca, iluminada pelo sol, o Copacabana Palace, icônico hotel do Rio de Janeiro, completa cem anos dominando, majestoso, a paisagem da Princesinha do Mar.

Desde o dia da sua abertura, em 13 de agosto de 1923, estrelas mundiais, chefes de Estado e monarcas visitaram seus suntuosos salões, suas luxuosas suítes e a famosa varanda com vista impressionante para a praia mais emblemática do Rio.

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"O Copacabana Palace é mais do que um hotel, é uma instituição", declarou à AFP seu gerente geral, Ulisses Marreiros.

Josephine Baker, Bob Marley, Freddy Mercury, Madonna, Gal Costa, João Gilberto, Ayrton Senna, Walt Disney, Robert De Niro, Nelson Mandela, a rainha Elizabeth II: seus rostos estão expostos em uma galeria de retratos, o 'Hall da Fama', redesenhado para o centenário.

Algumas das fotografias foram tiradas no hotel, como a de Brigitte Bardot encostada na varanda ou a de Antonio Banderas se equilibrando na mureta à beira da piscina.

Foi nessa piscina que Janis Joplin nadou nua em 1970, o que lhe rendeu uma expulsão do hotel, de acordo com a imprensa da época. Décadas antes, Orson Welles quase matou alguns banhistas ao arremessar uma máquina de escrever pela janela, em um dia de pouca inspiração.

O livro de visitas é uma verdadeira relíquia. Luvas brancas são exigidas para que se possa folhear as páginas, repletas de assinaturas célebres, como a do "Rei" Pelé, que desenhou uma bola entrando no gol.

O livro foi especialmente aberto para a AFP em um dos quartos mais prestigiosos: uma suíte com mais de 100 m² no sexto andar, com vista para o mar até mesmo do banheiro.

- Joia da alta sociedade -

Ao final do Hall da Fama, onde a galeria de retratos é exibida, há uma grande fotografia do hotel tirada logo após sua construção.

O contraste com a paisagem atual é surpreendente. O edifício parece quase isolado, cercado por uma vasta extensão de areia, com apenas algumas poucas casas de dois ou três andares ao longo da orla.

Nada a ver com a fileira de prédios - incluindo outros hotéis de luxo - que agora se erguem de forma contínua na praia de Copacabana, uma das mais famosas do mundo.

Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, o Copacabana Palace foi inspirado em hotéis icônicos construídos no início do século passado na Riviera Francesa, como o Negresco, em Nice, e o Carlton, em Cannes.

Deveria ter sido inaugurado em 1922, no centenário da Independência do Brasil, mas várias dificuldades técnicas atrasaram as obras em um ano.

No entanto, isso não diminuiu o entusiasmo de Octávio Guinle, fundador do hotel, cuja família continuou administrando o estabelecimento até 1989, quando foi adquirido pelo grupo Orient-Express, antes de se tornar parte do conglomerado francês LVMH em 2018.

Esse empresário da alta sociedade brasileira transformou o Copacabana Palace em um ponto de visitação obrigatório, atraindo artistas como Edith Piaf, Ella Fitzgerald e Frank Sinatra para cantar em seu lendário Golden Room.

Quando o Rio ainda era a capital brasileira, até ser transferida para Brasília em 1960, o hotel também era frequentado pela elite da política local, como o presidente Washington Luís, que em 1928 foi baleado por sua amante em um dos quartos do hotel.

Ferido, ele foi levado discretamente para o hospital. A assessoria de imprensa da Presidência declarou posteriormente que ele havia sofrido uma apendicite.

- Sabores locais -

"Foi um espaço de encontros políticos, experimentação artística e lançamento de novos talentos... Traduzindo uma realidade encantadora do Brasil", explica à AFP o historiador Thiago Gomide, autor de vídeos curtos que fazem sucesso no perfil Tá Na História (@tanahistoria), no Instagram.

O Príncipe Albert II de Mônaco se rendeu aos seus encantos. "Quando ele vem aqui, me abraça, me aperta, brinca", confessa Antonio Francisco dos Santos, que trabalha no Copacabana Palace há 28 anos.

"Ele gosta de nadar e depois comer frutas daqui. Ele ama o açaí, como um atrás do outro, e manga também", conta esse assistente da gerência do restaurante Pérgula, onde é servido um farto café da manhã, com sabores locais.

A piscina acabou de ser renovada, com guarda-sóis verde-pálido e espreguiçadeiras cobertas de almofadas com estampas tropicais. A fachada também foi repintada com um tom branco perolado, como há cem anos.

"Trouxemos o mais próximo daquilo que o hotel era em 1923, adicionando tecnologia de ponta. A nova iluminação vai realçar ainda mais a beleza do edifício", explica Ulisses Marreiros, cujo lema é "honrar o passado e inspirar o futuro".

lg/raa/app/am/mvv

© Agence France-Presse

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