EUA não vê 'nenhum progresso' de Maduro para evitar reimposição de sanções
Os Estados Unidos não viram "nenhum progresso" do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a quem deram prazo até o fim de novembro para estabelecer um calendário sobre a habilitação de opositores, informou a Casa Branca nesta quinta-feira (30).
Em outubro, o governo Maduro e a oposição chegaram a um acordo sobre as condições para as eleições presidenciais de 2024, e, em troca, Washington suspendeu temporariamente as sanções ao petróleo, gás e ouro da Venezuela, condicionando isto a duas exigências.
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Maduro deveria estabelecer um calendário para a habilitação "acelerada de todos os candidatos" às eleições e começar a libertar "todos os cidadãos americanos detidos injustamente" e os presos políticos venezuelanos.
"Não vi nenhum progresso ainda, mas restam oito horas do dia, assim que veremos o que os venezuelanos decidiram", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, durante coletiva de imprensa.
Kirby não quis adiantar que decisão tomará o governo do presidente Joe Biden a respeito das sanções "em um sentido ou outro".
Mas uma fonte do Departamento de Estado, que pediu anonimato, contou à AFP que a ameaça de reimposição das sanções segue vigente.
"Se Maduro e seus representantes não seguirem estes passos, vamos reconsiderar as medidas que tomamos para aliviar algumas sanções", disse.
Na quarta-feira, Maduro reiterou que a Venezuela não aceitava "chantagens" e pediu a suspensão "permanente e definitiva" de "todas as sanções" contra sua economia.
Não obstante, convidou Biden mais uma vez a iniciar uma "nova era de relações de respeito e colaboração no mais alto nível".
Maduro rompeu relações com os Estados Unidos em janeiro de 2019, quando Washington reconheceu o opositor Juan Guaidó como "presidente encarregado".
O subsecretário de Estado americano para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, estimou em outubro que Estados Unidos não estavam prontos para "uma mudança nas relações diplomáticas" com a Venezuela.
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