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Rússia pede reconhecimento de 'novas realidades territoriais' da Ucrânia

Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin Imagem: Reprodução

06/12/2023 13h29Atualizada em 06/12/2023 14h37

A Rússia considera que poderá alcançar uma paz duradoura com a Ucrânia apenas se a ex-república soviética reconhecer suas "novas realidades territoriais", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em uma entrevista por escrito à AFP.

"Tem que confirmar o status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia, desmilitarizá-la e desnazificá-la, reconhecer as novas realidades territoriais, garantir os direitos dos cidadãos russófonos e das minorias nacionais que moram ali", assegurou a porta-voz.

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Moscou lançou uma ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022 e justificou a operação pela necessidade de proteger a Rússia das potências ocidentais - sobretudo da Otan - e de fornecer segurança à população russófona dessa ex-república soviética.

Em setembro de 2022, Moscou reivindicou a anexação de quatro regiões ucranianas parcialmente ocupadas no leste e no sul do território, além da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Em junho, Kiev lançou uma contraofensiva com o objetivo de recuperar esses territórios, mas seus avanços foram limitados.

Zakharova insistiu também que Moscou não permitirá "a existência de um Estado nazista agressivo cujo território seja uma fonte de perigo para a Rússia e os países vizinhos".

Para a porta-voz, não existe "nenhuma vontade política para a paz, que seja por parte de Kiev ou do Ocidente".

Na entrevista, rejeitou categoricamente o plano de paz proposto no ano passado pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que prevê a saída de todas as tropas russas da Ucrânia.

Aproximadamente 18% do território da ex-república soviética está ocupado pelas forças de Moscou.

Para Zakharova, a reivindicação principal da Ucrânia, em relação à sua integridade territorial e à sua soberania, "não tem, na realidade, nenhuma relação com a paz".

Trata-se de "uma série de ultimatos à Rússia para justificar a continuação das hostilidades", assegurou.

"Kiev não quer levar em conta as realidades atuais e persegue um objetivo completamente diferente: fazer o nosso país se render com ajuda do Ocidente", acrescentou a autoridade russa.

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