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Quênia acusa de terrorismo pastor que matou 429 fiéis de fome

Autoproclamado pastor Paul Nthenge Mackenzie é escoltado por policiais ao comparecer a julgamento Imagem: AFP - 28.jan.2024

18/01/2024 10h07

Um tribunal queniano acusou de terrorismo o líder de uma seita evangélica, formalmente, nesta quinta-feira (18), por sua responsabilidade na morte de 429 seguidores, os quais incitou a morrer de fome.

O autoproclamado pastor Paul Nthenge Mackenzie e outros 94 suspeitos se declararam "inocentes" das acusações de radicalização em um tribunal na cidade de Mombaça, no sudeste do país.

O líder da seita também foi acusado de "atividade criminosa organizada", segundo documentos judiciais consultados pela AFP.

Mackenzie, um ex-motorista de táxi, é acusado de incitar seus seguidores a passarem fome para "encontrar Jesus", em um caso que chocou o mundo.

O homem foi preso em abril, depois que corpos foram encontrados em uma floresta perto da costa do Oceano Índico. Sua prisão preventiva foi prorrogada diversas vezes ao longo da investigação.

Até o momento, 429 corpos foram encontrados.

As necropsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome, enquanto outras, incluindo crianças, teriam sido estranguladas, agredidas, ou sufocadas.

As macabras descobertas levaram o governo a reconhecer a necessidade de impor mais controles sobre as denominações religiosas, em um país com uma história de pastores autoproclamados.

País de maioria cristã, o Quênia tem lutado para regulamentar igrejas e cultos envolvidos no crime. Existem mais de 4.000 igrejas registradas nesse país da África Oriental com 53 milhões de habitantes, segundo dados oficiais.

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