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Dentro e fora dos túneis da devastada Khan Yunis, no sul de Gaza

30/01/2024 10h07

Pilhas de escombros se amontoam junto a edifícios bombardeados em Khan Yunis, a principal cidade do sul da Faixa de Gaza. No meio de uma cratera, fica a entrada de uma rede de túneis do Hamas.

O Exército israelense acompanhou um grupo de jornalistas em um longo túnel que, segundo afirmou, foi escavado por combatentes do Hamas.

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Khan Yunis é atualmente o epicentro dos combates entre Israel e o movimento islamista palestino.

"Estamos no meio de um cemitério em Khan Yunis, e este cemitério é um complexo militar. Um complexo militar do Hamas, na superfície e embaixo", explica Dan Goldfus, um comandante israelense que conduz o grupo.

A AFP não pôde verificar de forma independente a localização exata do complexo e do cemitério.

"Vejam o tempo, o dinheiro e os esforços investidos neste túnel", afirma o militar, enquanto avança lentamente.

O túnel conduz a um grande cômodo. O Exército afirma que o local serviu de centro de comando do grupo.

Ainda restam pratos sujos e latas vazias e oxidadas na ampla cozinha. A alguns passos, um lavatório é conetado a uma tubulação que chega a superfície.

Na superfície, tanques e escavadeiras percorriam as ruas desertas em busca de mais instalações subterrâneas, segundo um jornalista da AFP no grupo.

As tropas também patrulham a cidade na qual não restam civis e é possível ouvir explosões e disparos de longe.

- 80% da rede segue intacta -

O Exército israelense assegura que muitos dos reféns sequestrados pelo Hamas, em 7 de outubro, estiveram ou ainda estão na ampla rede de túneis de Gaza.

Os milicianos sequestram cerca de 250 pessoas em solo israelense, dos quais 132 continuam reféns, entre eles, 28 são estimados mortos.

O conflito eclodiu após este ataque, que deixou cerca de 1.140 mortos, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP com dados oficiais israelenses. 

Israel prometeu "aniquilar" o movimento islamista, o qual considera terrorista, assim como Estados Unidos e União Europeia, e lançou uma ampla operação em Gaza, que já deixou mais de 26.000 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Hamas. 

O labirinto de túneis, ao qual o Exército israelense se refere como o "metrô de Gaza", foi construído inicialmente para furar o bloqueio egípcio-israelense a Gaza em vigor desde 2007.

Desde a guerra de 2014 com Israel, a rede de túneis foi ampliada e é usada com frequência pelo Hamas para lançar foguetes.

Um estudo publicado em 17 de outubro pelo Modern War Institute, da Academia Militar americana de West Point, indicou que Gaza alberga 1.300 túneis, que somam 500 quilômetros. 

O Exército israelense afirmou, no início de dezembro, que havia encontrado mais de 800 e que 500 haviam sido destruídos. Mas o veículo americano The Wall Street Journal citou no domingo representantes americanos e israelenses que admitiram que cerca de 80% da rede segue intacta.

"Cada guerra tem suas próprias características, e acredito que a principal nesta guerra esteja relacionada a essas manobras na superfície e embaixo da terra", afirmou Goldfus.

bur-mca-jd/dcp/sag/avl/jc/tt

© Agence France-Presse

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