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Trump domina na maioria dos estados em jogo na 'Superterça'

05/03/2024 09h09

Donald Trump dominou na maioria dos estados em jogo na "Superterça" nos Estados unidos, confirmando os prognósticos de que deverá ser o candidato republicano nas eleições presidenciais de novembro, quando provavelmente enfrentará o democrata Joe Biden.

Dessa vez não há mistério. Nem o republicano, de 77 anos, ou o democrata, de 81, têm alguém que os ameace nas primárias, que definem os candidatos de ambos os partidos nas eleições presidenciais.

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O ex-presidente conservador já foi declarado o vencedor em 11 dos 15 estados em disputa: Virgínia, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Maine, Alabama, Arkansas, Texas, Massachusetts, Colorado e Minnesota, segundo projeções da mídia americana.

"Foram uma noite e um dia incríveis, incríveis. Foi um período incrível na história de nosso país", afirmou Trump aos apoiadores, congregados em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida.

"Obrigado - MAGA!", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social, usando o acrônimo do lema trumpista "Make America Great Again" (Façam os EUA grandes novamente) e enumerando os estados onde saiu vencedor.

Seu perfil é atípico.

A Câmara dos Representantes, quando tinha maioria democrata, acusou Trump de ter incentivado uma insurreição. Ele foi absolvido pelo Senado, mas enfrenta 91 acusações por crimes graves.

Isso não impede que Trump tenha grande apelo com eleitores da classe trabalhadora, brancos e de zonas rurais.

Desde 15 de janeiro e apesar de seus problemas legais, o ex-presidente venceu quase todas as primárias do seu partido, com exceção de Washington, capital dos Estados Unidos, onde Nikki Haley, sua última adversária ainda na disputa, se impôs no domingo. Muitos rivais jogaram a toalha ao longo do caminho.

Os democratas tomam nota e ligam o alerta.

Trump "está decidido a destruir nossa democracia, arrancar liberdades fundamentais como a capacidade das mulheres de tomar suas próprias decisões sobre cuidado médico e aprovar outra rodada de bilhões de dólares em cortes de impostos para os ricos, e ele fará ou dirá qualquer coisa para chegar ao poder", afirmou Biden em um comunicado divulgado por sua equipe de campanha.

Em outro comunicado, o presidente pediu fundos aos apoiadores.

- 'Ele está arrasando' -

"Trump está arrasando nas primárias republicanas da 'Superterça' em todo o país. Seremos nós mesmos contra toda a direita trumpista nestas eleições [...] Preciso de sua ajuda", diz Biden.

Haley, ex-embaixadora na ONU de 52 anos, representa a ala moderada do Partido Republicano e promete restaurar a "normalidade" face ao "caos de Trump". Resta saber se ela continuará na disputa ao fim da Superterça.

Na mansão de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, ninguém duvida que o ex-presidente será o candidato republicano à presidência ao fim da contagem.

Sob lustres imponentes, os convidados já estão preparados para comemorar a vitória de Trump. Muitos usam os famosos bonés vermelhos com o lema trumpista.

Kenny Nail, presidente do Partido Republicano de um condado local, espera que Haley "abandone" a corrida.

Em tese, as primárias podem durar até julho. Mas a equipe de Trump prevê uma vitória "no dia 19 de março", no mais tardar, após a votação na Geórgia e na Flórida.

O bilionário quer focar o mais rápido possível em uma revanche com Joe Biden, que busca a reeleição, antes de se concentrar em seus problemas jurídicos.

Seu primeiro julgamento criminal começa em 25 de março em Nova York.

Do lado democrata, o presidente Biden, de 81 anos, concorre à reeleição sem nenhum grande rival nas primárias.

As candidaturas de dois democratas, o deputado Dean Phillips do Minnesota e a autora de livros de autoajuda Marianne Williamson, nunca despertaram entusiasmo, apesar das críticas recorrentes dos eleitores sobre a idade do presidente ou seu apoio a Israel.

Isso transforma as disputas democratas desta terça-feira em uma mera formalidade. Até o momento, o presidente venceu nos 11 primeiros estados em jogo, além do Iowa, que realizou uma votação por correio nas últimas semanas.

O presidente é atacado por sua idade, algo que parece irrelevante para Charles Reid Sales, de 93 anos. "Eu não esperava votar hoje, mas eu vim", disse à AFP em Houston, no Texas. Biden? Ele nunca será velho demais!".

Biden terá que defender a sua política e visão para os Estados Unidos na quinta-feira, durante um importante discurso de política geral perante o Congresso, o tradicional "estado da União". 

cjc/rle/erl/arm/nn/aa/fp/mvv/am

© Agence France-Presse

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