Líder da Coreia do Norte supervisiona simulação de 'contra-ataque nuclear'
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, supervisionou um exercício de simulação de "contra-ataque nuclear" como uma advertência aos inimigos do país, anunciou a agência de notícias estatal KCNA nesta terça-feira.
As manobras, que aconteceram na segunda-feira, mostraram pela primeira vez o sistema norte-coreano de gestão do "gatilho nuclear", segundo a agência.
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Algumas horas antes, o Exército da Coreia do Sul havia anunciado o lançamento pelo Norte de mísseis balísticos de curto alcance, disparos que também foram confirmados pelo Japão.
Kim "dirigiu uma manobra tática combinada que simula um contra-ataque nuclear com unidades de foguetes múltiplos supergrandes". Ele "apreciou o grande acerto e precisão dos foguetes", segundo a KCNA.
A agência destacou que os mísseis "atingiram seu alvo", a 352 quilômetros, e que Kim expressou "grande satisfação" com o resultado.
O Exército sul-coreano afirmou na segunda-feira que os mísseis norte-coreanos foram lançados a partir da região de Pyongyang e percorreram quase 300 quilômetros, antes de cair no mar ao leste da península da Coreia.
A manobra avaliou "a confiabilidade dos sistemas de comando, administração, controle e operação de toda a força nuclear", além de assegurar que as unidades de foguetes múltiplos supergrandes "dominam" a capacidade de mudar para o modo de contra-ataque nuclear, segundo a agência oficial norte-coreana.
A KCNA destacou que as manobras foram uma resposta aos exercícios aéreos conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, que aconteceram de 12 a 26 de abril.
Os dois países afirmaram que exercícios serviram para "demonstrar a letalidade do seu domínio aéreo e aumentar a sua capacidade de dissuadir, defender e derrotar qualquer adversário".
O lançamento "é um exercício elaborado para demonstrar como o regime de Kim responderia a um bombardeio aéreo de Pyongyang das forças aéreas conjuntas dos EUA e da Coreia do Sul", afirmou à AFP Han Kwon-hee, da Associação Coreana de Estudos da Indústria de Defesa.
"A manobra demonstra que a possível resposta poderia incluir uma represália com mísseis nucleares contra o Sul", acrescentou.
Este foi o segundo lançamento em menos de uma semana da Coreia do Norte, que na sexta-feira testou uma "ogiva supergrande" desenvolvida para um míssil de cruzeiro estratégico, informou a imprensa estatal.
Os testes acontecem depois que a Rússia, um aliado próximo de Pyongyang, ter utilizado seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU em março para acabar com o painel de especialistas responsáveis por monitorar as sanções contra o programa nuclear e armamentista da Coreia do Norte.
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