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Biden luta para manter viva sua candidatura à reeleição

03/07/2024 12h35

Joe Biden continua lutando, nesta quarta-feira (3), por salvar sua candidatura para um segundo mandato, extremamente fragilizada após seu desempenho desastroso no debate contra Donald Trump na semana passada, aumentando a pressão sobre sua campanha.

"Ninguém está me descartando. Eu não vou embora. Estou nessa corrida até o fim e vamos ganhar", garantiu o veterano democrata, segundo a mídia especializada Politico.

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"Ele sabe que se tiver mais dois atos como este, as coisas serão muito diferentes", informou uma pessoa de seu círculo, citada pelo jornal New York Times nesta quarta-feira.

A emissora CNN também exibiu o testemunho de alguém próximo ao democrata de 81 anos, segundo quem Joe Biden está "lúcido" e sabe que os próximos dias serão decisivos para sua permanência na disputa às eleições presidenciais de novembro.

Biden convocou os governadores democratas para uma reunião nesta quarta-feira, em uma tentativa de unir o partido em torno dele.

Dois deles, Wes Moore (Maryland) e Tim Walz (Minnesota), asseguraram à imprensa após a reunião que 'vamos apoiá-lo'". Walz também afirmou que o presidente está "em condições" de desempenhar seu cargo.

A governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, vista como uma estrela ascendente do partido, escreveu após o encontro: "Joe Biden é nosso candidato. Ele está pronto para vencer e eu o apoio".

Biden admitiu que teve um mau desempenho no debate e adotou um discurso franco em uma entrevista à rádio Civic Media de Wisconsin. "Eu estraguei tudo. Cometi um erro. Foram 90 minutos no palco. Veja o que fi em 3,5 anos", disse.

Sua porta-voz, Karine Jean-Pierre, insiste em que é "absolutamente falso" que Biden pense em desistir da disputa à reeleição.

O presidente "Não está em absoluto" considerando retirar sua candidatura, disse ela a jornalistas. "Continua fazendo campanha", acrescentou.

Biden fará campanha nos próximos dias no Wisconsin e na Pensilvânia, dois "estados-pêndulo" no norte do país, ou seja, onde o voto faria em função do candidato e de outros fatores e não tanto do partido, o que os torna essenciais para vencer as eleições.

Quase uma semana após o debate, Biden não conseguiu apagar a má impressão deixada pelos 90 minutos nos quais travou ao falar, ficou com o olhar perdido por alguns momentos e chegou a perder o raciocínio sobre o que dizia.

- Pesquisas desfavoráveis -

Segundo uma pesquisa publicada nesta quarta pelo New York Times, 74% dos eleitores consultados dizem estar preocupados com a idade do presidente democrata. A consulta atribui 49% das intenções de voto ao ex-presidente republicano contra 43% para Biden.

Em outra pesquisa publicada pela rede CBS, o republicano tem 50% das intenções de voto contra 48% para o democrata.

O debate levou vários democratas, inclusive grandes personalidades como Nancy Pelosi, a questionar publicamente sua acuidade mental, inclusive pedindo abertamente que desista da corrida à Casa Branca.

Por enquanto, estes apelos não são maciços. Alguns vêm de congressistas pouco conhecidos.

- "Discussão saudável" -

"Teremos uma discussão saudável com o presidente", declarou um dos governadores democratas, J.B. Pritzker, de Illinois, à CNN, na noite de terça-feira.

"Até o momento, Joe Biden é nosso candidato. Apoio sua candidatura 100%, a menos que ele tome outra decisão, caso em que discutiremos o melhor caminho a seguir", acrescentou.

O governador de Illinois, assim como os da Califórnia (Gavin Newsom), Michigan e Pensilvânia (Josh Shapiro), são considerados possíveis futuros candidatos à Casa Branca.

Até agora, nenhum deles questionou publicamente a candidatura de Joe Biden, que venceu com folga as primárias democratas e cuja nomeação é, portanto, praticamente certa, a menos que ele se retire voluntariamente.

Sua equipe de campanha publicou um novo vídeo nesta quarta-feira, após a Suprema Corte decidir que Donald Trump possui certa imunidade processual como ex-presidente, uma grande vitória para o republicano, alvo de várias acusações criminais.

O mais alto tribunal americano "decidiu que o presidente pode ignorar a lei, inclusive para cometer um crime, porque Donald Trump assim pediu", diz a narração do vídeo, que exibe as imagens da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por parte de apoiadores do republicano. 

A mensagem é clara: é preciso unir forças contra Trump, que nunca reconheceu sua derrota há quatro anos.

O democrata também planeja conceder uma entrevista à ABC na sexta-feira e realizar uma coletiva de imprensa na semana que vem, com o objetivo de demonstrar sua capacidade de falar fluentemente sem teleprompter, o aparelho que permite ler um texto sem desviar o olhar da câmera.

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© Agence France-Presse

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