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Brasileiro chefe do órgão de controle de objetivos climáticos corporativos renuncia após polêmica

03/07/2024 10h17

O chefe do principal verificador mundial de objetivos climáticos corporativos, o brasileiro Luiz Amaral, renunciou após cobranças de funcionários, insatisfeitos com algumas mudanças na estratégia da organização. 

Amaral, especialista em sistemas de auditoria ambiental, indicou na terça-feira que deixará o cargo de diretor-executivo da Science Based Targets Initiative (SBTi) no final do mês por "motivos pessoais". 

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A SBTi anunciou em abril que consideraria permitir que as empresas sujeitas aos seus controles utilizassem créditos de carbono para compensar a poluição em toda a sua cadeia de abastecimento. 

Os créditos de carbono são gerados por projetos que reduzem ou evitam emissões, por exemplo, iniciativas de energias renováveis ou a plantação de árvores. 

Os críticos consideram que, desta forma, as empresas que compram estes créditos podem continuar poluindo.

A decisão da SBTi representou uma mudança em sua postura sobre o uso limitado desses mecanismos de compensação, o que gerou apelos imediatos da equipe para que Amaral e a diretoria renunciassem.

A declaração de Amaral não fez referência à polêmica, mas citou motivos pessoais que "requerem toda a minha atenção neste momento". 

A principal diretora jurídica do grupo, Susan Jenny Ehr, assumirá temporariamente suas funções.

A SBTi é uma organização que colabora com a ONU e recebe apoio financeiro do Bezos Earth Fund e da Fundação IKEA.

As verificações da SBTi permitem às empresas afirmar que os seus planos climáticos estão alinhados com a ciência e com os objetivos do Acordo de Paris para limitar o aquecimento global. 

Segundo Amaral, a organização verificou os objetivos climáticos de mais de 5,5 mil empresas. 

Até agora, a organização tinha uma visão restritiva sobre os créditos de carbono, exigindo que as empresas primeiro tomassem medidas para reduzir as suas emissões e só depois recorressem a compensações para as emissões restantes, que são mais difíceis de reduzir. 

Em abril decidiu flexibilizar essas regras e estender a possibilidade de créditos de carbono a toda a cadeia produtiva. 

Em uma carta aberta, os funcionários acusaram a administração de ignorar os conselhos científicos e de especialistas internos da organização. 

Mais de 80 grupos da sociedade civil, incluindo o Greenpeace e a Anistia Internacional, pediram publicamente à SBTi que descartasse o uso de créditos de carbono.

np/jz/mb/aa

© Agence France-Presse

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