Pelo menos 345 pessoas já foram executadas no Irã em 2024, diz ONU
Ao menos 345 pessoas, incluindo 15 mulheres, foram executadas no Irã até agora este ano, disse nesta sexta-feira (9) o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Há dois dias, a ONG Iran Human Rights (IHR), sediada na Noruega, informou que o Irã enforcou, no dia 7 de agosto, 29 pessoas, 26 delas coletivamente na prisão de Ghezel Hesar, em Karaj, perto de Teerã.
Outros três homens foram executados em outro presídio da mesma cidade, segundo a ONG. Os condenados foram sentenciados por homicídio, tráfico de drogas e estupro.
"O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, está extremamente preocupado" com esta informação, disse Liz Throssell, porta-voz em Genebra.
"Isso representa um número alarmante de execuções em um curto espaço de tempo", observou durante uma coletiva de imprensa da ONU.
O alto comissário "verificou que 38 pessoas foram executadas em julho" no Irã, "elevando o número total de execuções para pelo menos 345 este ano, incluindo 15 mulheres", disse Throssell.
Segundo a ONU, quase metade das execuções desde o início de 2024 foi por crimes relacionados com drogas.
A porta-voz do alto comissário lembrou que "impor a pena de morte para crimes que não estão relacionados com homicídios dolosos é incompatível com as normas internacionais de direitos humanos".
O alto comissário também está preocupado com "a falta de procedimentos adequados e de julgamentos justos", sublinhou a porta-voz, salientando que "em muitos casos foram realizadas várias execuções sem que a família do prisioneiro ou o seu advogado fossem informados".
A ONU pede repetidamente ao Irã que imponha uma moratória às execuções, com vista à eventual abolição da pena de morte.
Ativistas de direitos humanos acusam o Irã de usar a pena de morte como meio de intimidação contra o movimento de protesto desencadeado pela morte sob custódia de Mahsa Amini, uma mulher curda iraniana de 22 anos detida por violar o rigoroso código de vestimenta.
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© Agence France-Presse
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