Japão classifica incursão aérea chinesa de 'grave violação de soberania'
A incursão de um avião militar chinês no espaço aéreo japonês é uma "grave violação de soberania", declarou um porta-voz do governo japonês nesta terça-feira (27, noite de segunda em Brasília), um dia após o incidente no Mar da China Oriental.
"A violação do nosso espaço aéreo por parte de um avião militar chinês não é apenas uma grave violação da nossa soberania, mas também uma ameaça à nossa segurança e é totalmente inaceitável", declarou o porta-voz Yoshimasa Hayashi.
O Japão informou que enviou aviões de combate após a incursão de dois minutos, ocorrida às 11h29 da segunda-feira, por um avião de vigilância Y-9 perto das ilhas Danjo, na prefeitura de Nagasaki.
"Entendemos que esta é a primeira incursão confirmada e anunciada de um avião militar chinês desde que começamos a tomar medidas contra incursões no espaço aéreo", acrescentou Hayashi em uma coletiva de imprensa.
"Nos abstemos de dar uma resposta definitiva sobre o motivo da atividade do avião chinês. No entanto, as recentes atividades militares chinesas perto do Japão têm a tendência de se expandir", afirmou.
Ele assegurou que Tóquio continuará atenta às atividades militares chinesas e tomará "todas as medidas possíveis" para proteger seu espaço aéreo.
Algumas horas depois, a China anunciou que estava "verificando" se um de seus aviões militares violou o espaço aéreo japonês.
"As autoridades chinesas competentes estão investigando e verificando", disse Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa, ao ser questionado sobre o tema.
"As partes mantêm a comunicação por meio dos canais de trabalho existentes. Também gostaria de destacar que a China não tem a intenção de invadir o espaço aéreo de nenhum país", acrescentou.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Japão, Masataka Okano, convocou na segunda-feira o embaixador chinês em exercício para expressar um "protesto veemente". Ele também pediu medidas para evitar este tipo de incidentes segundo um comunicado.
O Japão "se opõe a qualquer tentativa unilateral de mudar o status quo pela força, assim como a qualquer ação que aumente as tensões no Mar da China Meridional, incluindo a obstrução da liberdade de navegação e sobrevoo", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
Pequim reivindica quase todo o Mar da China Meridional, através do qual transitam bilhões de dólares em comércio todos os anos, apesar de uma decisão de 2016 da Corte Internacional de Justiça de que as alegações chinesas não têm base jurídica.
nf-stu/cwl/mas/mel/am/fp/aa
© Agence France-Presse
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.