Ex-oficial argentino julgado na Itália por assassinatos e desaparecimentos pede para ser processado por tribunal militar
O ex-oficial argentino Carlos Malatto, processado por um tribunal de Roma pelo assassinato e desaparecimento de oito opositores durante a ditadura civil-militar, exigiu nesta segunda-feira (9) ser julgado pela Justiça militar italiana.
Durante uma audiência preliminar perante o tribunal de Roma, onde esteve presente, os advogados do ex-tenente-coronel, de 74 anos, argumentaram que Malatto sempre agiu como um soldado contra organizações "terroristas".
Após a audiência, Malatto foi libertado enquanto aguarda um possível julgamento.
O Ministério Público rejeita o pedido dos advogados por considerar que os crimes imputados são de natureza política e não militar.
O juiz das audiências de pré-julgamento decidirá sobre este ponto no dia 4 de novembro. Depois, dependendo da sua decisão, estipulará no dia 2 de dezembro se deverá comparecer a um tribunal civil.
"Malatto diz que participou em uma guerra contra terroristas e exigiu ser julgado por um tribunal militar. Mas durante estes anos houve 30 desaparecidos [civis em San Juan] e nenhum soldado morto", declarou à AFP Jorge Ithurburu, advogado da associação de vítimas 24marzo na Itália.
Malatto é acusado de ter "sequestrado, torturado e assassinado" oito pessoas na Argentina, entre março de 1976 e novembro de 1978, segundo a solicitação do Ministério Público italiano de outubro de 2023.
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© Agence France-Presse
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