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Presidente da França critica imprensa em plena polêmica sobre Israel

18/10/2024 09h36

As críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, à "falta do profissionalismo" da imprensa, em plena polêmica sobre declarações atribuídas a ele sobre Israel, lhe renderam, nesta sexta-feira (18), acusações de querer reduzi-los a uma mera reprodução de seus comunicados. 

Na quinta-feira, Macron, visivelmente irritado, começou sua coletiva de imprensa após uma cúpula da União Europeia (UE) em Bruxelas com uma crítica contra aqueles que acusou de distorcer seus comentários durante uma reunião no início da semana de seus ministros a portas fechadas. 

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"Acredito que falo bastante sobre a situação do Oriente Médio para não precisar de um ventríloquo. Tudo isso é, no final das contas, uma prova do desmoronamento do debate público e de uma falta de profissionalismo", acrescentou o mandatário francês desde 2017. 

Em 15 de outubro, de acordo com os participantes do Conselho de Ministros, Macron disse que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu "não deve ignorar as decisões das Nações Unidas" em meio à guerra em Gaza e no Líbano, nem "esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU". 

O líder de centro-direita estava se referindo ao Plano de Partição da Palestina entre um Estado israelense e a Palestina, aprovado em novembro de 1947 pela Assembleia Geral da ONU. No entanto, suas palavras lhe renderam duras críticas de Netanyahu e até mesmo de seu próprio partido na França. 

"Devo dizer a vocês como fiquei surpreso ao ler tantos comentários, comentários de comentários, reações, até mesmo de políticos estrangeiros e franceses, a comentários que supostamente fiz sem perguntar (...) o que exatamente eu disse", disse Macron de Bruxelas. 

Sem negar as declarações ou esclarecê-las, o presidente, que também criticou seus ministros, quis "lembrar aos jornalistas algumas regras". "Quando tenho algo a dizer, faço uma declaração ou uma coletiva de imprensa. Essa é a deontologia. Não há outra", acrescentou. 

A Associação Presidencial de Imprensa (APP), que reúne os repórteres que fazem reportagens sobre o chefe de Estado, denunciou o "sério questionamento" de Macron sobre a ética da imprensa. "Nosso trabalho não pode se limitar a repetir declarações oficiais", acrescentou na rede social X.

"Tem razão. Por que os jornalistas não repetem simples e estupidamente os comunicados de imprensa oficiais?", disse com ironia o deputado ecologista Benjamin Lucas. 

ama-vl-tjc/es/dd

© Agence France-Presse

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