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Sem 'mobilização mundial' pelo clima, o objetivo de 1,5ºC 'em breve morrerá', alerta ONU

24/10/2024 13h27

Sem uma "mobilização mundial" pelo clima, o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC "em breve morrerá", alertou, nesta quinta-feira (24), a ONU em um relatório em que denuncia a falta de avanços significativos no último ano. 

Segundo o relatório, publicado a menos de um mês da COP29 no Azerbaijão, sem uma mobilização maciça, o mundo se encaminharia para um aumento da temperatura de 2,6 a 3,1ºC ao longo desse século em relação à era pré-industrial. 

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"Um aumento de tal magnitude provocaria consequências incapacitantes para as pessoas, o planeta e as economias", alerta o Pnuma. 

"Precisamos de uma mobilização mundial a uma escala e a um ritmo nunca vistos, uma mobilização que comece agora mesmo (...). Caso contrário, o objetivo dos 1,5°C em breve morrerá", declarou Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). 

Para evitar superar esse limite fixado em 2015 pelo Acordo de Paris, as nações devem se comprometer coletivamente a reduzir em 42% das emissões anuais de gases de efeito estufa antes de 2030 e em 57% até 2035, avalia a ONU. 

"Eu peço a todas as nações: chega de promessas de fumaça, por favor! Usem as próximas negociações da COP29 em Baku (Azerbaijão) para intensificar as ações agora", acrescentou Andersen.

- "Brincando com fogo"-

"Estamos brincando com fogo (...), mas não há mais tempo a perder", já que "em todo o mundo, a população já está pagando um preço terrível" pela inação frente ao aquecimento global, destacou o secretário-geral da ONU, António Guterres. 

A urgência é ainda maior porque, desde o ano passado, "muito pouco progresso foi feito no sentido de atingir as metas de 2030", enfatiza Anne Olhoff, redatora científica do relatório.

O relatório é um lembrete da "ladainha histórica de fracassos dos líderes mundiais em lidar com a crise climática com a urgência necessária", reagiu Tracy Carty, do Greenpeace International. "Mas ainda não é tarde demais", disse ela.

De acordo com o relatório do Pnuma, "ainda é tecnicamente possível atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C".

O relatório mostra que há um potencial de redução de emissões em 2030 de até 31 gigatoneladas de CO2 equivalente (representando cerca de 52% das emissões de 2023) e 41 gigatoneladas até 2035.

Mas isso requer "mobilização internacional" e os países do G20, que são responsáveis pela maior parte das emissões totais, "devem fazer o trabalho pesado", diz a ONU.

Isso também envolveria a implantação acelerada de tecnologias de energia solar fotovoltaica e eólica, diz o relatório.

Outras opções importantes incluem medidas de eficiência energética, eletrificação e substituição de combustíveis fósseis nos setores de construção, transporte e indústria.

O relatório também examina o que seria necessário para limitar o aquecimento global a menos de 2 °C.

"Para atingir essa meta, as emissões devem ser reduzidas em 28% até 2030 e 37% até 2035 (em relação aos níveis de 2019)", diz ele.

meb/js/dd/aa 

© Agence France-Presse

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