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'Não sou um nazista', defende-se Trump às vésperas das eleições

"Não sou um nazista", afirmou Donald Trump nesta segunda-feira (28), defendendo-se daqueles que o acusam de ser um "fascista" e de querer governar os Estados Unidos de forma autoritária se vencer as eleições presidenciais na semana que vem.

Os ataques pessoais tornaram-se a regra na reta final da campanha mais disputada dos últimos tempos no país. O ex-presidente e candidato republicano, que chamou os imigrantes de "assassinos" e "terroristas" e disse que eles "envenenam o sangue do país", negou que deseje se tornar um líder autoritário no estilo "Hitler".

"A nova linha de Kamala e sua campanha é que todos aqueles que não votam nela são nazistas. Somos nazistas", afirmou o ex-presidente diante de uma multidão em Atlanta, referindo-se à vice-presidente democrata, sua adversária nas eleições presidenciais de 5 de novembro.

Trump contou que seu pai costumava lhe dizer para nunca usar as palavras nazista ou Hitler e criticou os democratas por pronunciarem ambas. "Ele é Hitler e depois dizem ele é um nazista. Eu não sou nazista, sou o oposto de um nazista", declarou na Geórgia, um dos sete estados-pêndulo, que provavelmente vão definir os resultados da votação.

Dias atrás, seu ex-chefe de gabinete John Kelly declarou que Trump se encaixava na definição de fascista e que ele teria dito que Adolf Hitler "também fez coisas boas".

Kamala repercutiu as declarações de Kelly, um ex-general dos Marines, os fuzileiros navais americanos. "É profundamente preocupante e incrivelmente perigoso que Donald Trump invoque Adolf Hitler, o homem que foi responsável pela morte de seis milhões de judeus e de centenas de milhares de americanos", disse a vice-presidente na semana passada.

O comício na Geórgia é realizado em meio a uma grande polêmica gerada por comentários racistas feitos por alguns oradores em um ato eleitoral realizado no domingo. "Há uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano neste momento, acho que se chama Porto Rico", disse Tony Hinchcliffe, uma das atrações do comício no Madison Square Garden, em Nova York.

O humorista também debochou dos latinos, dizendo que "adoram fazer bebês", parodiou judeus e palestinos e caçoou de um homem negro, referindo-se a um estereótipo racista comum nos Estados Unidos, segundo o qual os afro-americanos têm predileção por melancias.

A equipe de campanha de Trump se distanciou dos comentários do humorista. Já Kamala Harris, empatada com o ex-presidente nas pesquisas, não perde a oportunidade de denunciar a retórica do republicano.

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"Ele está focado e realmente fixado em suas queixas, em si mesmo e em dividir o nosso país. E isso não é, de forma alguma, algo que vá fortalecer a família americana, o trabalhador americano", disse a democrata hoje.

A vice-presidente insiste em que seu adversário representa uma ameaça. "Está ainda mais instável e mais desequilibrado, e agora quer um poder sem controle. E, desta vez, não haverá ninguém ali para detê-lo, nem sequer a Suprema Corte, que, meses atrás, disse ao ex-presidente que ele está essencialmente imune, faça o que fizer na Casa Branca", disse Kamala em ato no Michigan, um dos sete estados-chave para as eleições americanas.

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© Agence France-Presse

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