'Gritem, protestem, reivindiquem', diz Lula a movimentos sociais antes do G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou, neste sábado (16), a sociedade civil a "gritar" e "protestar" caso os líderes mundiais não cumpram os compromissos assumidos na cúpula do G20, que começa na segunda-feira no Rio de Janeiro.
"A gente pode fazer a diferença, mas se a gente enquanto dirigente não assumir, vocês é que tem que fazer a diferença. Gritem, protestem, reivindiquem, porque senão as coisas não acontecem", declarou o presidente no encerramento do G20 Social, uma iniciativa inédita da presidência brasileira no G20.
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Lula se mostrou emocionado diante de uma plateia repleta de representantes de movimentos sociais e organizações de esquerda. Em seu breve, mas enérgico discurso, criticou o "neoliberalismo", que, segundo ele, "agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias".
"É preciso romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas", defendeu o petista, a dois dias de receber, entre outros chefes de Estado, o argentino Javier Milei, um ultraliberal e grande aliado do republicano Donald Trump.
Ativistas entregaram a Lula um documento pedindo que os líderes das principais economias mundiais ajam com determinação para erradicar a fome e salvar o planeta diante da crise climática.
"Compromissos ambiciosos são essenciais para fortalecer as instituições internacionais, combater a fome e a desigualdade, mitigar os impactos das mudanças do clima e proteger nossos ecossistemas", declara o texto.
O documento também defende a criação de uma "taxação progressiva dos super-ricos", proposta fortemente impulsionada pelo Brasil.
Pede ainda o controle da desinformação e dos discursos de ódio, diante do risco que essas ações representam para a democracia por parte de "forças de extrema direita".
Além disso, urge enfrentar as mudanças climáticas, "com respeito à ciência e aos conhecimentos tradicionais dos nossos povos".
Desde quinta-feira, milhares de indígenas, trabalhadores rurais, jovens de favelas, estudantes e ativistas LGBTQ+ participaram de grandes assembleias em hangares próximos ao porto do Rio, na região central da cidade.
Antes do encerramento do G20 Social, Lula reuniu-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e destacou a importância de transformar a participação da sociedade civil "em uma cultura do G20", segundo um vídeo publicado por Lula na rede social X.
No encontro bilateral a portas fechadas, realizado no Forte de Copacabana, os dois líderes "analisaram a importância de fortalecer o multilateralismo e reformar a arquitetura financeira internacional", de acordo com um comunicado do porta-voz de Guterres.
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