Tribunal anula decisão que absolveu ambientalistas salvadorenhos de crime em 1989
Um tribunal de El Salvador anulou uma decisão que havia absolvido seis pessoas, entre elas cinco ambientalistas, pelo assassinato de uma mulher em 1989, durante a guerra civil, e ordenou a repetição do julgamento, informou, nesta terça-feira (26), uma organização comunitária.
A ONG Associação de Desenvolvimento Econômico Social Santa Marta (Ades) expressou seu "mais enérgico repúdio" à decisão da Câmara Penal de Cojutepeque (leste) de reverter a sentença "que concedia a absolvição definitiva" aos ambientalistas Pedro Rivas, Teodoro Antonio Pacheco, Saúl Agustín Rivas, Miguel Ángel Gámez e Alejandro Laínez.
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Segundo a Ades, o tribunal "admitiu" um recurso da Procuradoria-Geral contra a decisão emitida em 18 de outubro por um tribunal de Sensuntepeque, a 80 km a nordeste de San Salvador, por considerar que a decisão carecia de "verdadeiros fundamentos legais".
Os seis acusados, incluindo os cinco ambientalistas, eram guerrilheiros da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda) e, segundo o Ministério Público, mataram Maria Alvarenga em agosto de 1989 por considerá-la "informante do exército".
Segundo organismos internacionais e ONGs, o julgamento visava atingir o movimento contra a mineração de metais, devido ao suposto interesse do governo do presidente Nayib Bukele em retomar esta atividade, que foi proibida por lei em 2017.
Com a decisão da Câmara de Cojutepeque, o julgamento deverá ser repetido em um novo tribunal e data a ser definida, e não mais em Sensuntepeque. O caso foi denunciado perante instâncias de direitos humanos da ONU.
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