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2025, um ano caótico: guerras, alianças inéditas, Trump...

28/11/2024 11h18

O ano de 2025 promete ser tão tenso quanto os anteriores, com guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, alianças entre regimes autoritários e o retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, cuja política externa pesa muito na agenda global.

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- Oriente Médio -

Desde o ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel, a região é cenário de um banho de sangue e está à beira de uma guerra generalizada.

A escalada parece estar sob controle entre Israel e o Irã, o principal apoiador do Hamas e do Hezbollah libanês, mas por quanto tempo?

O governo israelense de Benjamin Netanyahu, fortalecido por suas vitórias militares, não parece estar pronto para uma solução política com os palestinos

O retorno de Trump e a nomeação de aliados incondicionais de Israel em seu governo parecem anunciar, exceto alguma surpresa, um cheque em branco para Netanyahu.

"O conflito em Gaza poderia entrar em uma espécie de limbo, com Israel impondo uma solução militar (...) sem o início de uma solução política", diz Michael Horowitz, analista da consultoria de segurança Le Beck International.

- Ucrânia -

Quando Trump retornar ao Salão Oval, a invasão da Ucrânia pela Rússia terá quase três anos.

A Ucrânia enfrenta uma situação muito difícil, com falta de soldados e dependência da ajuda ocidental diante de uma Rússia que avança em seu território, reforçada por soldados norte-coreanos.

A pressão está aumentando sobre Kiev para negociar, o que, do ponto de vista de Moscou, equivale à capitulação.

Antes de sua eleição, Trump afirmou que resolveria a questão "em 24 horas".

A complacência de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, durante seu primeiro mandato, a nomeação de figuras críticas à Ucrânia para seu futuro gabinete e a possível interrupção da ajuda militar ao país fazem com que Kiev tema pelo pior.

Mas a imprevisibilidade e a diplomacia transacional do magnata americano tornam difícil prever o que ele fará.

2025 será um ano crucial para a Ucrânia, dependendo das pressões de Washington e da capacidade da Europa de apoiá-la.

- A sombra de Trump na América Latina -

A escolha de Marco Rubio como futuro chefe da diplomacia dos Estados Unidos anuncia um "endurecimento das relações e sanções" contra Cuba, Nicarágua e Venezuela, de acordo com Carlos Malamud, analista do centro de estudos Real Instituto Elcano.

Contudo, será a futura política comercial e migratória dos Estados Unidos que poderá ter um forte impacto na América Latina.

"A chegada de Trump, com o aumento do protecionismo e o fortalecimento do dólar, não é uma boa notícia para as economias latino-americanas. Se acrescentarmos a isso as possíveis expulsões de migrantes ilegais, a bandeja está servida", acrescenta o analista.

O republicano prometeu uma política de mão de ferro na fronteira com o México, o fim dos programas de acolhimento e "a maior operação de deportação da história dos Estados Unidos".

Além de cortar o sonho de uma vida melhor, os especialistas alertam para o impacto econômico nos países de origem, especialmente na América Central, onde as remessas representam mais de 30% do PIB em El Salvador e na Nicarágua, segundo a agência de classificação Fitch Ratings.

Além disso, se as crises em Cuba e na Venezuela persistirem, o êxodo de seus cidadãos poderá continuar e, diante dos Estados Unidos reforçados, eles poderão buscar novos destinos na Europa e em países latino-americanos que já receberam centenas de milhares de pessoas.

"No México, a capacidade de absorver essa força de trabalho é maior devido ao tamanho de sua economia, mas para países com menos força econômica, como o Panamá ou a Costa Rica, isso é um problema", ressalta Malamud.

O México já está sob pressão. Trump ameaçou impor tarifas sobre as importações mexicanas se a migração e o tráfico de drogas não forem interrompidos.

- Taiwan -

Taiwan tem todos os ingredientes para um futuro conflito global.

A China a reivindica como parte de seu território e não descarta o uso da força para assumir o controle. Nos últimos anos, Pequim aumentou sua pressão militar com a presença regular de aviões de guerra, drones e navios ao redor da ilha.

Os EUA são o principal defensor da segurança de Taiwan, mesmo que não o reconheçam diplomaticamente.

E, embora os democratas e os republicanos compartilhem uma postura hostil em relação a Pequim, Marco Rubio é notoriamente contrário à China, onde está impedido de entrar.

Mike Waltz, que deve ocupar o cargo de conselheiro de Segurança Nacional na Casa Branca, fez um apelo para "armar Taiwan agora".

- Coreia do Norte -

A Coreia do Norte, que possui bombas atômicas, intensificou seus testes balísticos em 2024 e, assim como o Irã, fez uma aproximação sem precedentes com a Rússia, até mesmo assinando um tratado de defesa mútua.

"Putin quer soldados e munição norte-coreanos e, em troca, Pyongyang quer tecnologia militar", resume Fyodor Tertiskiy, pesquisador da Carnegie.

Andrew Yeo, do think tank americano Brookings, prevê "uma nova fase de grande instabilidade e possível escalada no nordeste da Ásia".

"A cooperação militar com Moscou tem como pano de fundo o aumento das tensões na península coreana", observa Yeo, que cita a destruição de estradas por Pyongyang entre as duas Coreias, a suposta incursão de drones da Coreia do Sul em seu vizinho e o teste de um novo míssil balístico intercontinental norte-coreano em novembro.

cf-jf-tjc/avl/dd/fp

© Agence France-Presse

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