Premiê israelense depõe em julgamento por corrupção

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou nesta terça-feira (10) as acusações de corrupção das quais é alvo, no primeiro processo criminal contra um chefe de Governo em exercício do país.

Netanyahu tentou repetidamente adiar seu depoimento ao tribunal, onde enfrenta acusações de suborno, fraude e abuso da confiança pública em três casos distintos.

O premiê israelense respondeu às perguntas da corte, que indagou o quanto as acusações o incomodavam. "Se eu disser que é [como] uma gota no mar, seria um exagero", respondeu. "Estou ocupado com assuntos de importância mundial", continuou.

Netanyahu afirmou na segunda-feira que esperava há anos pelo julgamento, "para demolir por completo as absurdas e infundadas acusações" contra ele.

Apoiadores e críticos do primeiro-ministro se concentraram em frente ao tribunal. "Netanyahu, o povo te apoia", gritaram alguns. Outros, por sua vez, entoavam "Bibi à prisão", em referência ao seu apelido.

O julgamento começou em maio de 2020, mas foi interrompido pela guerra em Gaza, que começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Por razões de segurança, o julgamento foi transferido de Jerusalém para Tel Aviv.

O primeiro-ministro havia apresentado vários pedidos de adiamento do processo devido às guerras em Gaza e no Líbano.

No primeiro dos casos julgados pelo tribunal, Netanyahu e sua esposa Sara são acusados de aceitarem mais de 260 mil dólares (R$ 1,57 milhão na cotação atual) em artigos de luxo, como cigarros, joias e champanhe, de bilionários em troca de favores políticos.

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As outras duas envolvem as supostas tentativas de Netanyahu de negociar uma cobertura mais favorável em dois meios de comunicação israelenses em troca de enfraquecer a concorrência e favorecer uma operação comercial do proprietário do grupo, respectivamente.

Desde seu retorno ao poder no final de 2022, a coalizão de governo de Netanyahu entrou em conflito com a Justiça e as forças de segurança, o que provocou grandes manifestações quando o primeiro-ministro tentou aprovar novas leis que enfraqueceriam os tribunais.

Os críticos de Netanyahu o acusam de ser um político corrupto que faria qualquer coisa para permanecer no poder e acreditam que os processos serão levados adiante.

Na segunda-feira, vários ministros do governo de Netanyahu enviaram uma carta ao procurador-geral pedindo o adiamento do julgamento devido aos acontecimentos recentes na Síria após a queda da dinastia Assad.

Mas a Procuradoria rejeitou os pedidos, alegando que é de interesse público concluir o julgamento o mais rápido possível. Porém, aceitou reduzir as audiências de três para duas por semana devido ao trabalho do primeiro-ministro.

reg/dcp/jsa/tym/dbh/zm/fp/jb/am

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© Agence France-Presse

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