Sírios pedem ajuda da ONU para que Assad revele locais de 'prisões secretas'

Os Capacetes Brancos, uma organização de socorristas sírios, anunciaram, nesta terça-feira (10), que pediram ajuda às Nações Unidas para obter do deposto presidente Bashar al-Assad, que fugiu da Síria, a localização de "prisões secretas" no país.

Assad fugiu com sua família para a Rússia, depois de ter sido deposto do poder por uma coalizão rebelde liderada por um grupo islamista.

"Enviamos um pedido à ONU através de um mediador internacional para que inste a Rússia a pressionar o criminoso [...] Bashar al-Assad", declarou o chefe dos Capacetes Brancos, Raed al Saleh, na rede social X.

O objetivo é obter "os mapas que indicam a localização das prisões secretas e as listas com os nomes dos detidos, para que possamos acessá-los o quanto antes".

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) estimou em 2022 que mais de 100 mil pessoas morreram em prisões sírias desde o início da guerra no país em 2011, desencadeada pela dura repressão às manifestações pró-democracia.

A maioria dos presos morreu em decorrência de sessões de tortura, indicou o órgão com sede no Reino Unido, que possui uma vasta rede de informantes na Síria.

O OSDH também informou que cerca de 30 mil pessoas foram detidas na prisão de Saydnaya, localizada a cerca de 30 quilômetros de Damasco e sinônimo das piores atrocidades cometidas pelo governo. Deste número, apenas 6 mil foram libertados.

A Anistia Internacional contabilizou milhares de execuções no local e denunciou "uma verdadeira política de extermínio" em Saydnaya, que classifica como "matadouro humano".

Assim que entraram em Damasco no domingo, os rebeldes sírios anunciaram que haviam tomado o controle da prisão de Saydnaya e libertado os detidos.

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Nesta terça-feira, os Capacetes Brancos anunciaram o fim das operações de busca na prisão, onde suspeitavam da existência de masmorras subterrâneas.

Mas muitas famílias continuam convencidas de que seus entes queridos ainda estão no subsolo da prisão.

"A selvageria e os crimes perpetrados pelo antigo regime de Assad são indescritíveis", afirmou Raed al Saleh.

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