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Estudo sugere que anéis de Saturno sejam mais antigos do que se pensava

16/12/2024 15h22

Os anéis de Saturno talvez sejam mais antigos do que se pensava e sua aparência brilhante poderia resultar de um mecanismo que evita que escureçam apesar do impacto de micrometeoritos, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (16).

Saturno, o gigante gasoso do sistema solar, surgiu juntamente com os outros planetas, há mais de 4 bilhões de anos. No entanto, segundo pesquisas recentes, seus anéis teriam apenas entre 100 e 400 milhões de anos, segundo o estudo publicado na Nature Geoscience.

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Estas estimativas se baseiam, principalmente, no fato de que os anéis mantêm alto poder reflexivo, apesar de ser constantemente bombardeados por micrometeoritos que, em teoria, deveriam eventualmente ofuscar seu brilho.

Este bombardeio foi medido com precisão pela sonda Cassini-Huygens, que passou 13 anos na órbita de Saturno, até 2017.

Apesar disso, ainda se sabe pouco sobre seus anéis, detectados já no século XVII pelo astrônomo holandês Huygens, depois de Galileu.

Os anéis formam um disco fino, composto principalmente por água congelada e, em menor medida, minerais. Os círculos concêntricos se estendem para mais de 100 mil km do planeta.

"Uma das principais conclusões de Cassini é que os anéis deveriam ser jovens porque não parecem estar muito contaminados", disse à AFP Gustavo Madeira, pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Física do Globo de Paris e coautor do estudo.

A contaminação explicaria a tonalidade amarelada e cinzenta predominante nos anéis, que indica que estão "acumulando", segundo os astrônomos, uma quantidade considerável de micrometeoritos que sujam o gelo original.

- Juventude eterna -

Mas o estudo liderado por Ryuki Hyodo, pesquisador do Instituto de Ciências de Tóquio, sugere que "a juventude aparente dos anéis de Saturno se deve a uma resistência à contaminação, mais que a uma etapa recente de sua formação".

O modelo desenvolvido simula o impacto dos micrometeoritos nos fragmentos de gelo ou sílice dos anéis.

Neste cenário, a velocidade das partículas é tipicamente de 30 km/s, ou seja, mais de 100 mil km/h. A colisão gera energia suficiente para vaporizar tanto o micrometeorito quanto parte de seu alvo.

As nanopartículas resultantes do impacto não permanecem nos anéis, mas são expulsas pela ação do campo magnético do planeta e, em seguida, são capturadas na atmosfera ou lançadas ao espaço.

Este fenômeno permite proteger os anéis da contaminação por micrometeoritos e manter uma espécie de juventude eterna.

O problema segue sendo que, "por exemplo, não conhecemos a composição inicial dos anéis de Saturno" no momento de sua formação, assinala Gustavo Madeira. 

"Partimos da suposição de que se trata de gelo, mas na verdade não sabemos", acrescenta.

Os planetólogos especulam que os anéis poderiam se originar de fragmentos de cometas, asteroides ou inclusive de antigas luas de Saturno.

Esta falta de certeza faz com que o debate sobre a idade dos anéis esteja longe de uma conclusão.

Para resolver a questão, seria ideal "coletar amostras dos anéis e analisar suas propriedades", sugere Madeira.

pcl/ber/jz/mb/mvv/am

© Agence France-Presse

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