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Mundial de Clubes: a ambiciosa e controversa aposta do futebol para 2025

17/12/2024 18h19

Um espetáculo global necessário ou um abuso para o jogador de futebol? O primeiro grande Mundial de Clubes da Fifa estreia em 2025 nos Estados Unidos com o objetivo de aumentar o interesse e o prestígio desse título. 

Inspirada na Copa do Mundo de seleções, a competição reunirá 32 times de todos os continentes entre 15 de junho e 13 de julho para coroar o verdadeiro campeão mundial.  

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Os Estados Unidos, epicentro do futebol internacional nestes cinco anos, abrirão as suas portas a gigantes europeus como Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique e Paris Saint-Germain, que trarão consigo as suas intensas rivalidades da Liga dos Campeões. 

Para os grandes nomes do futebol brasileiro, e para os representantes argentinos e mexicanos, será uma grande oportunidade de medir forças com o futebol europeu. 

No atraente pôster aparecem estrelas como Lionel Messi, Kylian Mbappé, Vinícius Júnior, Erling Haaland e Neymar, num prelúdio da batalha de seleções na Copa do Mundo de 2026 também em território norte-americano. 

Ao mesmo tempo, destaques desses clubes levantaram a voz contra um calendário cada vez mais sobrecarregado, no qual muitos consideram que este Mundial foi encaixado à força, agora ampliado de sete para 32 equipes, e que será realizado a cada quatro anos.

Ninguém menos que o último vencedor da Bola de Ouro, o espanhol Rodri (Manchester City), avisou que os jogadores estavam "perto" de entrar em greve devido à saturação de jogos que colegas como Virgil Van Dijk e técnicos como Carlo Ancelotti também alertaram. 

Em outubro, as principais ligas europeias e o sindicato dos jogadores FIFPro apresentaram uma queixa conjunta à Comissão Europeia denunciando que a Fifa abusa da sua posição dominante para elaborar o calendário internacional.

- "Uma nova era" -

Em defesa da Fifa, o presidente Gianni Infantino destacou o valor histórico do Mundial de Clubes e deu um golpe de efeito ao anunciar que os seus 63 jogos poderão ser vistos gratuitamente em todo o mundo graças a um acordo com a DAZN. 

"Começa uma nova era no futebol de clubes", proclamou Infantino. "O futebol uniu o mundo com as Copas do Mundo, o masculino desde 1930 e o feminino desde 1991. Mas faltava algo para determinar qual é o melhor clube do mundo. Agora temos".

A bola vai começar a rolar em Miami com o Inter de Messi, que compete como convidado, recebendo o egípcio Al Ahly. 

A fase de grupos se estenderá por 11 cidades com duelos marcantes como Real Madrid contra o Al-Hilal de Neymar, Juventus x Manchester City, Paris Saint-Germain x Atlético de Madrid e Bayern de Munique x Boca Juniors.

Entre os brasileiros, Palmeiras, Flamengo e Fluminense, serão cabeças de chave e estão em grupos menos complicados do que o do Botafogo. O time paulista terá como principal adversário o Porto, enquanto o rubro-negro vai encarar o Chelsea, e o tricolor o Borussia Dortmund. Já o Botafogo caiu num grupo com duas equipes europeias (PSG e Atlético de Madrid).

Os favoritos europeus estão em grupos acessíveis, mas ainda falta ver como estará o seu nível de envolvimento num evento que começa dias após o fim das suas ligas e da Champions League.

Desde 2000, primeira edição deste torneio que sucedeu a Copa Intercontinental, os representantes do Velho Continente conquistaram quase todos os títulos, mas sem que eles fossem prioridade em suas temporadas.

- Segunda edição também nos EUA? -

Após semanas de competição no verão americano, o Mundial chegará às semifinais e à final no Metlife Stadium, em East Rutherford (arredores de Nova York). 

É o mesmo cenário da final da Copa do Mundo de 2026, ponto culminante da estratégia de popularização do 'soccer' no maior mercado esportivo do mundo, que já viveu outro grande episódio com a Copa América de 2024.  

O Mundial de Clubes será realizado nos Estados Unidos paralelamente à Copa Ouro da Concacaf e a Fifa já estuda conceder ao país a segunda edição do formato ampliado em 2029, segundo o The Athletic. 

"Estou feliz com tudo o que aconteceu com o futebol nos Estados Unidos, mas os responsáveis devem ter cuidado para que não seja demais e possa cansar as pessoas", disse à AFP o venezuelano Giovanni Savarese, com duas décadas de experiência como jogador e treinador no país. 

"Este Mundial será um tipo de futebol diferente para os torcedores daqui", disse o duas vezes vice-campeão da MLS durante sua passagem pelo Portland Timbers. "Vão continuar entendendo por que amamos tanto esse esporte, por que ele está em nossas veias. Eles já estão começando a sentir isso também".

gbv/cl/aam/cb

© Agence France-Presse

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