Starmer reafirma seu compromisso na proteção de menores após polêmica com Musk
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer prometeu, nesta terça-feira (7), fortalecer a proteção infantil e tomar medidas para evitar a exploração sexual de crianças por gangues criminosas, após dias de controvérsia com o bilionário americano Elon Musk.
Em entrevista ao jornal The Sun, o líder trabalhista disse que seu governo tornaria obrigatória a denúncia de violência sexual contra crianças, seguindo as recomendações de um inquérito público sobre o assunto concluído em 2022.
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Musk havia criticado na quinta-feira, no X, o desempenho de Starmer, quando ele era procurador-geral do estado, em um caso envolvendo a exploração sexual de mais de 1.500 meninas na Inglaterra entre 1997 e 2013, no qual as autoridades foram culpadas por não terem tomado providências.
"No Reino Unido, crimes graves como o estupro exigem a aprovação do Ministério Público antes que a polícia possa acusar os suspeitos. Quem estava no comando do CPS quando foi permitido que gangues de estupro explorassem meninas sem enfrentar a justiça? Keir Starmer", escreveu o bilionário americano.
Starmer havia denunciado na segunda-feira que "aqueles que espalham mentiras e desinformação não estão interessados nas vítimas, mas em si mesmos", reagindo ao comentário de Musk.
O primeiro-ministro trabalhista, que foi procurador-chefe na Inglaterra e no País de Gales entre 2008 e 2013, disse que havia agido na época para garantir que "os homens responsáveis por esses atos desprezíveis fossem levados à justiça, colocados no banco dos réus e depois atrás das grades".
O líder acusou "vozes de extrema direita" de "tentar reescrever a história".
Ao final de uma extensa investigação pública conduzida durante sete anos e concluída em 2022, "uma das principais recomendações foi obrigatoriedade de denunciar violência sexual cometida contra crianças. Como primeiro-ministro, vou implementá-la", disse Keir Starmer ao The Sun.
A medida afetará professores, assistentes sociais e policiais.
Starmer também anunciou a criação de um "delito criminal específico para qualquer pessoa que obstrua deliberadamente uma investigação de violência sexual", punível com prisão.
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© Agence France-Presse