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Britânica lança petição para que Gisèle Pelicot receba Nobel da Paz

09/01/2025 16h23

Uma mulher britânica lançou uma petição para que Gisèle Pelicot, uma francesa que foi drogada e entregue por seu marido a desconhecidos durante uma década e que se tornou um ícone feminista, receba o Prêmio Nobel da Paz.

"Ninguém merece mais do que ela. É difícil imaginar uma forma de violência que represente um maior desafio à paz do que a violência sexual", escreve Catherine Mayer ao apresentar a petição.

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Mayer lançou a iniciativa em inglês na plataforma Change.org em 20 de dezembro, um dia após o fim do julgamento contra o ex-marido de Gisèle Pelicot e outros 50 corréus.

A petição foi publicada no site na quarta-feira em francês e havia recebido mais de 30 mil assinaturas em cada um dos dois idiomas até esta quinta-feira.

"É hora de garantir que o comitê do Nobel e as poucas pessoas autorizadas a nomear candidatos ajam", afirma a britânica à frente desta iniciativa.

Catherine Mayer foi cofundadora do Women's Equality Party (WE), um partido que defendia maior igualdade de gênero antes de ser dissolvido no ano passado.

A britânica também é autora de vários livros, incluindo uma biografia de Charles III, então Príncipe de Gales, em 2015 ("Charles: The Heart of a King").

Gisèle Pelicot "conseguiu romper o véu da desinformação ao abrir mão do anonimato para participar do julgamento de seus agressores e testemunhar", escreve Catherine Mayer.

Por meio de um site na internet, Dominique Pelicot, condenado em dezembro a 20 anos de prisão, entrou em contato com desconhecidos para estuprar sua esposa Gisèle, a quem previamente administrava medicamentos sem seu conhecimento para sedá-la e abusar dela com outros homens.

O julgamento deste caso, que transformou Gisèle Pelicot em um ícone feminista mundial por sua decisão de se expor e permitir que o julgamento fosse realizado com a presença de público e mídia, chocou a França e foi acompanhado por todo o planeta.

Entre julho de 2011 e outubro de 2020, Dominique Pelicot, agora com 72 anos, fotografou e filmou todos os estupros e armazenou as imagens em seu computador e discos rígidos.

Os investigadores documentaram cerca de 200 estupros de Gisèle Pelicot com base nos vídeos e fotos feitos por seu agora ex-marido.

ctx-psr/pc/jb/am

© Agence France-Presse

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