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'Juro': Maduro assume questionado terceiro mandato na Venezuela

10/01/2025 02h06

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato consecutivo, em meio à desaprovação internacional e a denúncias da oposição de que houve um "golpe de Estado" em sua reivindicação da vitória de Edmundo González Urrutia. 

Maduro, no poder desde 2013, foi empossado pelo Parlamento, sob seu controle, assim como os outros poderes do governo e as Forças Armadas. 

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"Juro" que "este novo período presidencial será um período de paz, prosperidade, igualdade e uma nova democracia", prometeu um Maduro enérgico, vestido com um terno escuro, diante do chefe do Legislativo, o poderoso líder chavista Jorge Rodríguez. 

"Juro pela história, juro pela minha vida e cumprirei!", acrescentou o presidente esquerdista.

- US$ 25 milhões por Maduro -

A oposição denunciou que Maduro deu "um golpe de Estado" ao tomar posse, apoiado "pela força bruta e ignorando a soberania popular que foi expressa de forma contundente em 28 de julho", dia das eleições presidenciais. 

"González Urrutia é quem deve tomar posse", disse a principal coalizão da oposição, a Plataforma Unitária, em um comunicado. 

A líder da oposição Maria Corina Machado, que na quinta-feira alegou ter sido brevemente detida após liderar uma manifestação em Caracas, disse que explicará, na clandestinidade, "o que está por vir". 

Os Estados Unidos, por sua vez, chamaram a posse de "farsa" e aumentaram a recompensa oferecida pela captura de Maduro e seu ministro do Interior, Diosdado Cabello, para US$ 25 milhões (R$ 152,3 milhões na cotação atual). O governo também impôs sanções contra o chefe da empresa petrolífera estatal PDVSA e sete outros altos funcionários venezuelanos. 

Ao mesmo tempo, a proteção migratória que concede residência e autorizações de trabalho aos venezuelanos nos Estados Unidos foi estendida por 18 meses. 

O próximo presidente dos EUA, Donald Trump, referiu-se a Gonzalez Urrutia na quinta-feira como "presidente eleito".

A União Europeia disse que Maduro "não tem legitimidade" e o Reino Unido chamou o governo venezuelano de "fraudulento" e anunciou restrições financeiras contra 15 altos funcionários. 

"Esta posse (...) não pôde ser impedida e é uma grande vitória para a democracia venezuelana", disse um Maduro desafiador, que afirmou ser alvo de uma "conspiração" dos "Estados Unidos e seus satélites e escravos na América Latina e no mundo".

- Fechamento de fronteira -

Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 52% dos votos, embora uma contagem detalhada ainda não tenha sido publicada, conforme exigido por lei. A oposição publicou cópias dos registros eleitorais em um site, que, segundo afirma, comprovam a vitória de seu candidato com mais de 70% dos votos. 

Centenas de apoiadores chavistas acompanharam a cerimônia de posse do presidente nas proximidades do Palácio Federal Legislativo, no centro de Caracas, onde foi reforçada a já maciça operação de segurança lançada nos dias anteriores. 

"O povo está feliz, foi às ruas apoiar o presidente", disse à AFP Wender Mendoza, um funcionário público de 49 anos. 

"Viemos participar desta grande cerimônia de posse", disse Felicia Lara, uma cozinheira de 58 anos. 

Delegações de 125 países compareceram à posse, segundo Maduro, mas havia poucos presidentes, entre eles Daniel Ortega, da Nicarágua, e Miguel Díaz-Canel, de Cuba. 

A Venezuela ordenou o fechamento de sua fronteira terrestre e espaço aéreo com a Colômbia até segunda-feira.

- Reforma constitucional -

No poder desde 2013, apadrinhado pelo falecido Hugo Chávez, Maduro governa com mão de ferro e apoio das Forças Armadas. É considerado "ditador" por seus detratores. 

González Urrutia pediu que os militares o reconhecessem como presidente, mas a hierarquia jurou "lealdade absoluta" a Maduro. 

Para seu próximo mandato de seis anos, propõe uma "grande reforma" na Constituição, com a aprovação de novas leis que, segundo especialistas, minam as liberdades.

Também promete recuperação econômica, depois de passar grande parte de seus 12 anos no poder em recessão, alta inflação e escassez. 

Mais de sete milhões de venezuelanos fugiram da crise, segundo a ONU. 

No horizonte, há possíveis novas sanções com a chegada de Trump, que impôs um embargo de petróleo durante seu primeiro governo.

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© Agence France-Presse

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