PGR denuncia Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado (comunicado)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por uma tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ofereceu denúncias "contra 34 pessoas acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito", diz a nota. 

"A organização tinha como líderes o então presidente da República [Jair Bolsonaro] e o seu candidato a vice-presidente [Walter Braga Netto]", acrescenta o texto.

Bolsonaro foi acusado principalmente dos crimes de "golpe de estado" "tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito" e "organização criminosa armada", segundo o comunicado da PGR.

O procurador-geral embasou sua decisão em "manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática". 

"As investigações revelaram a operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do presidente e do vice-presidente da República [Lula e Geraldo Alckmin] eleitos, bem como a de ministro do STF", detalha a nota.

"O plano teve anuência do então presidente da República" Jair Bolsonaro, acrescentou a PGR.

Uma investigação da Polícia Federal concluiu que, em dezembro de 2022, a trama golpista foi abortada por falta de apoio institucional do Alto Comandando das Forças Armadas.

No entanto, os denunciados fizeram uma "última tentativa" em 8 de janeiro de 2023, quando simpatizantes de Bolsonaro atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, "incentivados" pelo ex-presidente e seus colaboradores. 

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Bolsonaro nega as acusações e se considera um "perseguido" pela Justiça.

A denúncia está agora nas mãos do STF, que deverá analisá-la. 

Horas antes de vir à tona a decisão da PGR nesta terça, o ex-presidente disse a jornalistas em Brasília que não tinha "nenhuma preocupação" com a possibilidade de ser denunciado.

Suas declarações foram feitas no Senado, onde compareceu para discutir estratégias para impulsionar a lei de Anistia para os acusados pelo 8 de janeiro.

O STF já condenou quase 400 pessoas pela invasão aos Três Poderes.

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© Agence France-Presse

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