Hamas diz que está disposto a libertar refém vivo e corpos de outros quatro
O Hamas anunciou, nesta sexta-feira (14), que está disposto a libertar um refém israelense-americano e a entregar os corpos de outros quatro cativos com dupla nacionalidade como parte de um acordo que permitirá discussões sobre como continuar a trégua com Israel em Gaza.
No entanto, Israel acusou o movimento islamista palestino de não "ceder nem um milímetro" nas discussões indiretas em andamento em Doha e de recorrer "à manipulação e à guerra psicológica".
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A Casa Branca, por sua vez, acusou o Hamas de querer ganhar tempo com essa proposta e afirmou que o grupo islamista fazia uma "aposta muito ruim" pensando que "jogará a seu favor".
Uma nova rodada de negociações indiretas sobre o frágil cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro após quinze meses de guerra, começou na segunda-feira no Catar.
Mas tanto Israel como o Hamas estão em desacordo sobre como estender a trégua, negociada com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos.
O Hamas quer que a segunda fase inclua a troca de todos os reféns por prisioneiros palestinos, a retirada israelense completa de Gaza, um cessar-fogo permanente e a reabertura das passagens fronteiriças para pôr fim ao bloqueio.
Já Israel deseja que a primeira fase seja estendida até meados de abril, pede a "desmilitarização total" do território e a saída do Hamas antes da segunda fase.
O Hamas afirmou em um comunicado que respondeu "positivamente" a uma "proposta dos mediadores" e manifestou "sua concordância com a libertação do soldado israelense Edan Alexander, além da [restituição] dos corpos de outros quatro" reféns israelense-americanos sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023.
Segundo uma fonte palestina próxima às negociações, o dia da devolução dos reféns dará início a um novo período de trégua de 50 dias, durante o qual se negociará um cessar-fogo permanente e a liberação dos demais cativos.
Restam ainda 58 reféns em Gaza, 34 dos quais foram declarados mortos pelo Exército israelense.
Durante a primeira fase da trégua, que terminou em 1º de março, o Hamas devolveu 33 reféns, oito deles mortos, e Israel liberou 1.800 presos palestinos em troca.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023 com o ataque do Hamas no sul de Israel, que causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo números oficiais. Os milicianos também capturaram nesse dia 251 pessoas.
A campanha de represálias de Israel deixou até agora 48.524 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, números que as Nações Unidas consideram confiáveis.
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